NO SEGUNDO TRIMESTRE DESTE ANO

Produção do Porto do Lobito cai 26%

BALANÇO. Porto opera a 40% da capacidade total. Últimos dois anos foram marcados por movimento irregular de mercadorias.

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O movimento de cargas no Porto do Lobito, no segundo trimestre, recuou 26%, para as 378 mil toneladas, revela o indicador estatístico da empresa, que situa nas 510,7 mil toneladas as cifras dos primeiros três meses do ano.

Queda na ordem dos 12,7% também se registou no fluxo de contentores, com os carregamentos a saírem das 10.105 unidades para as 8.814, do primeiro para o segundo trimestre, resultados que a empresa atribui à conjuntura económica.

No mês passado, o presidente do conselho de administração (PCA) da empresa, João Felizardo, calculou que a crise levou o Porto a operar apenas 40% da sua capacidade, com os últimos dois anos marcados pelo movimento irregular de mercadorias.

Em termos homólogos, o primeiro trimestre deste ano sinalizou uma recuperação superior a 21%, com o movimento de 510 mil toneladas contra as 420 mil do primeiro quarto de 2017. “Isto não é um indicador estanque, mas mostra a velocidade com que a economia está a marchar”, afirmava Felizardo por ocasião da última Filda, em Julho.

O gestor referiu, na altura, que o transporte mineiro estava “a correr normalmente, depois de 35 anos da paralisação forçada”, como forma de valorizar os investimentos no corredor do Lobito. Desde Março deste ano, por aquela infra-estrutura, transitaram nove expedições mineiras com mais de 10 mil toneladas de minerais para várias partes do mundo. Mas João Felizardo pretende que as operações também se processem no sentido contrário, colocando as operadoras da República Democrática do Congo a utilizar as infra-estruturas, para a entrada de matéria-prima. Ao mesmo tempo, o gestor desafiou as indústriais nacionais e as redes comerciais a utilizar o porto para a exportação de cimento para a RDC.

O Porto do Lobito tem três terminais, nomeadamente o de contentores, que possui uma capacidade de 12 mil unidades de contentores de 20 pés (TEUS) por ano; o minério, com capacidade operacional de 3,6 milhões de toneladas por ano, e o Porto Seco, um terminal de segunda linha que possui a capacidade estática de oito milhões de TEUS/ano.

Desde 2008, está em curso a modernização e ampliação do Porto e, após a conclusão desse processo, o comprimento total da área de acostagem será de 7,8 quilómetros em que poderão atracar, em simultâneo, 20 navios de longo curso, bem como o manuseamento de 11 milhões de toneladas de carga geral e 700 mil TEUS/ano.

A ampliação do Porto compreende cinco fases. A primeira implicou trabalhos de reabilitação do cais com 1.122 metros de comprimento, a pavimentação do terrapleno e a substituição dos carris, tarefas já concluídas.