Produtora de chocolate artesanal satisfeita com a produção nacional de cacau
A Gourmandise Chocolates Artesanais (GCA) começou muito recentemente a utilizar cacau nacional para a sua produção para satisfação dos gestores como confidenciou ao Valor Económico a sócia-gestora da empresa, Song tali Livramento.
Empresa que foi fundada como um negócio caseiro, especializada no fabrico de chocolates com embalagens de padrões africanos, teve na fase inicial do projecto muitas dificuldades ao nível da importação do cacau pelo que considera “um grande ganho começar a usar matéria-prima local, 12 anos depois” A depender “apenas de importações do Cacau”. A gestora salienta que a produção de cacau tem estado a permitir o surgimento de outras marcas de chocolate, estimando “uma expansão ainda maior nos próximos 5 a 10 anos” . No entanto, acrescenta, continuam a fazer recurso ao produto importado.
O Gana, África do Sul e Tunísia têm sido os mercados de origem das matéria-primas, adquirem além do chocolate bruto(cacau), as embalagens, enquanto de paises como Itália e Portugal vão à busca essencialemnte das máquinas.
Por outro lado, revela que registaram “um crescimento significativo nas vendas” em virtude de de “passaram de vendedores de pessoas singulares, à fornecedores de chocolates para pequenas, médias e grandes empresas”.
“O aumento da capacidade de produção da pequena fábrica permitirá expandir as vendas para o resto do País e, posteriormente, exportar para países da (SADC)Comunidade de Desenvolvimento da África Austral”, sublinhou.
A micro-unidade fabril mantém uma linha de produção de chocolates artesanais dependente actualmente de 50% do cacau nacional e 50% de importação, devido à reduzida capacidade de produção de cacau no país. Mesmo com as dificuldades para importar a matéria-prima, considerando a escassez de divisas, explica ainda que, a empresa tem vindo a crescer significativamente, facto é que, em tempos de pico de procura, como na época natalícia, a capacidade de produção atinge os 100 quilogramas de chocolate por mês, equivalente a uma média de 1000 tabletes de 100 gramas cada.
Segundo a gestora, o mercado nacional apresentava os mesmos problemas que enfrentava em 2010, altura em que começou o negócio. “Falta quase tudo”, afirmou Song Livramento, apontando a ausência de matéria-prima e outros materiais necessários para a produção de chocolates no mercado nacional. “A diferença é que nos anos anteriores era mais fácil comprar moeda estrangeira”, recordou.
A empreendedora acredita na força das microempresas no que diz respeito à criação de empregos, sobretudo para os jovens recém-formados. “As pessoas acabariam por ter um salário no final do mês e, consequentemente, as famílias conseguiriam criar a sua própria sustentabilidade”, sublinhou.
Quanto à produção de chocolate no País, Song Livramento, considera que nos últimos dois anos houve evolução significativa” o que é um prazer para mim ver finalmente esta expansão sendo que estou no ramo há já 12 anos e durante este tempo todo, nunca senti ameaças ao nível de concorrência”, porém, já há marcas que transformam cacau em chocolate para vários ramos, aclarou.
Com uma força de trabalho de 5 colaboradores nacionais, além de terceirizar alguns serviços como a contabilidade, a empresa conta actualmente com 40 kg mensal de capacidade de produção.
Assim, Song Livramento entende que, para que tal aconteça, o Governo deveria incentivar a produção de matérias-primas locais em grande escala e aumentar os incentivos fiscais, sobretudo para as microempresas. Gourmandise Chocolate é uma empresa de direito angolano, fundada em 2010, está instalada em Luanda.
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