Produtores de vinho acreditam no mercado angolano
VINHOS. Crise económica não inibe os importadores e representantes de marcas de vinho de entrarem no mercado angolano, considerado “fértil e promissor”. Há manifestação de muitas empresas italianas em estabelecerem parceria com as angolanas no ramo.
Várias marcas de vinhos portugueses, italianos e argentinos estiveram expostas para degustação no Wine Club, evento que “proporciona aos amantes de vinho, de cultura e artes, e aos homens de negócios, um momento para relaxar, para viajar ao surpreendente mundo dos vinhos e deleitar-se do melhor da arte, desde a pintura à música, passando pelas artes performativas.”
Rodeados por volta de diferentes sabores, os participantes falaram sobre a produção, comercialização, trocaram visões sobre o mercado actual a nível de Angola, bem como abriram portas para futuras parcerias.
Entre as marcas expostas para degustação esteve a Couteiro-Mor, produzida em Alentejo, Portugal, pertencente ao angolano Hirondino Garcia. Detentora do prémio ‘Boa Compra’, a marca está a conquistar o mercado americano e chinês, depois da proeza na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). Há mais de cinco anos no ramo, não deixa de apostar na venda no mercado angolano apesar da dificuldade enfrentada pelos parceiros no pagamento. A empresa tenciona dominar o mercado nacional nos próximos tempos, ao vender vinhos de qualidade “a preços que qualquer pessoa pode ter acesso.”
Já a Itália deseja sementar presença no mercado angolano, bastante importante, segundo a promotora de vinhos Elizabeth Merlino. A promotora está em Angola em busca de parceiros para as várias pequenas e médias empresas produtoras de vinhos no Sul e Norte desse país europeu, interessadas em estabelecer parcerias com empresários nacionais para entrarem no mercado. Há dois meses a divulgar as diferentes marcas italianas, identificou na classe média angolana “grande interesse” pelos vinhos italianos, o que a leva a acreditar no sucesso das marcas no país.
Quanto à produção de vinho no país, não consta dos projectos das empresas italianas nem do empresário angolano Hirondino Garcia, pelo facto de implicar elevados custos na transferência da tecnologia para a produção e pela ausência de incentivos. Entretanto, enquanto em Angola o clima económico e as políticas não são favoráveis, de acordo o empresário, “a produção de qualidade no Alentejo por exemplo permite a comercialização a bom preço a qualquer parte do mundo.”
O mentor do ‘Wine Club’
Sebastião Vemba é jornalista desde 2005. Teve o primeiro contacto com o mundo dos vinhos em 2010 e, desde 2014, escreve regularmente sobre vinhos na revista Economia & Mercado. Também escreveu, em 2019, artigos para o jornal Valor Económico. Desde 2015 faz parte do Clube Vinhos de Portugal-Angola. Em 2018 e 2019 foi jurado internacional do Concurso Vinhos de Portugal. Desde Setembro de 2019 apresenta o programa radiofónico semanal ‘Taça Cheia’ sobre vinhos, turismo gastronomia, arte e cultura e outros temas afins, na emissora 96.1 FM, Rádio Essencial.
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