CRÉDITO PARA JOVENS COM REGRAS APERTADAS

Projovem aprovou 226 projectos no ano passado

EMPREENDEDORISMO. Linha para jovens empreendedores financiou 226 empresas no ano passado. Director nacional da Juventude rebate as críticas, justifica as falhas e garante que “a burocracia é necessária para evitar erros do passado”.

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Pelo menos 226 empresas de todo o país receberam financiamentos da primeira Linha de Crédito para o Jovem Empreendedor (Projovem) entre Março de 2017 e Novembro do mesmo ano, revelou, ao VALOR, o director nacional da Juventude, Kikas Machado.

As áreas financiadas foram a hotelaria e turismo, indústria, agricultura, pecuária, pescas, tecnologias de informação e comunicação; empreendedorismo cultural, comércio e prestação de serviços.

O Projovem surgiu no âmbito do Plano Nacional da Juventude e as informações estão disponíveis no site do Conselho Nacional da Juventude (CNJ), do Banco Africano de Investimento (BAI) e do Banco de Desenvolvimento de Angola (BDA).

“O crédito é somente para empreendedores e não para qualquer negociante”, adverte Kikas Machado. O Projovem enquadra-se no crédito jovem e destina-se apenas a quem tenha entre 18 e 40 anos de idade.

O período de análise é de 24 meses e o reembolso até 60 meses (equivalente a cinco anos, o limite máximo). “O requerente deve dirige-se a qualquer agência do BAI sem intermediários”, lembra Kikas Machado, aludindo que os credores podem pedir aconselhamento a especialistas, mas quem vai arcar com as despesas é quem assina os termos de responsabilidade.

Para Kikas Machado, a burocracia nos processos “é necessária para se evitarem os erros do passado, quando muitos empresários receberam dinheiro do Estado para investimento, mas não o devolveram”.

Ainda de acordo com Kikas Machado, as reclamações por parte dos jovens surgem por o Projovem ser gerido por instituições multissectoriais e um grupo técnico. O Estado colocou o fundo sob gestão do BDA. Por sua vez, o Conselho Nacional da Juventude opera como grupo técnico e as propostas devem ser bem analisadas “porque há critérios de selecção dos projectos e nem todos apresentam condições para receber financiamentos”.

A linha de crédito inicial é de quatro mil milhões de kwanzas. Todavia, o Estado vai injectar outro valor equivalente ou superior quando este acabar, porque “o objectivo é criar empresas que dêem outro ar à economia do país”.

Para ter acesso ao crédito, o jovem empreendedor deve ter toda a documentação tratada no Guiché Único da Empresa (GUE) e certificação do Instituto de Apoio às Micro, Pequenas e Médias Empresas (INAPEM) para do depois dirigir-se a qualquer agência BAI para pedir o crédito.