Reestruturação antecipa poupanças de 240 milhões USD
PETRÓLEO. Equipa de Isabel dos Santos justifica resultados dos primeiros meses de gestão, com conjunto de decisões que apontam reduzir custos e aumentar rentabilidade.
As medidas aprovadas nos primeiros cinco meses da gestão liderada por Isabel dos Santos permitem poupanças superiores a 240 milhões de dólares por ano, aponta a Sonangol, num comunicado que destaca as 10 principais iniciativas até agora tomadas, no âmbito do processo de reestruturação da empresa.
A contenção de custos e o aumento da eficiência para o incremento da rentabilidade no negócio de petróleo e gás, que se consubstanciou em cancelamentos de contratos de ‘shipping’ não prioritários para a operação, constam da estratégia, concretiza com a optimização do número de navios rebocadores e de cabotagem. A administração da Sonangol junta também, entre as decisões com impacto na redução dos custos, o início da distribuição dos derivados do petróleo por transporte ferroviário entre Lobito e Luena e a negociação ou cancelamento de contratos a nível central e nas subsidiárias. Das 10 medidas, consta ainda a revisão de modelo de operação e a racionalização de diversos gastos e consumos considerados supérfluos.
O pacote de decisões da equipa de Isabel dos Santos não deixou de parte a reavaliação dos investimentos “com foco na sustentabilidade e na criação de valor para a economia angolana”, o que incluiu a reavaliação dos investimentos na refinaria do Lobito e o terminal oceânico do Dande, projectos actualmente suspensos. A empresa aponta ainda “o esforço de investimento na exploração e desenvolvimento e produção da Sonangol Pesquisa & Produção e parceiros operadores em Angola”.
A estratégia privilegiou o contacto com os investidores, com o objectivo de “reforçar a base de confiança que assegura as fontes de financiamento para os investimentos prioritários que se pretendem realizar nos próximos anos”. Os operadores e prestadores de serviços foram contactados no sentido de se “melhorar o clima e métodos de trabalho”.
Segundo a Sonangol, “por via do reforço da parceria institucional com o Executivo, que assegura um alinhamento nas decisões críticas para Angola”, a empresa comunica com frequência os resultados económico-financeiros, destacando a coordenação institucional com os Ministérios das Finanças e do Petróleos e com Banco Nacional de Angola.
Apesar dos resultados que o conselho de administração da Sonangol anuncia, Isabel dos Santos é alvo de contestação, junto do Tribunal Supremo, por parte de um grupo de advogados que intentou um processo de impugnação administrativa, para anular a sua nomeação por alegada violação da Lei da probidade administrativa.
SONANGOL ANTECIPA EXPLORAÇÃO DE BLOCO
A Sonangol e os parceiros do Bloco Zero anunciaram, quinta-feira, o início das operações do Sistema de Produção Antecipada (EPS) no Sul Wellhead Platform do projecto Mafumeira Sul, localizado ao largo da Costa Malongo, em Cabinda. A companhia informa, entretanto, que, enquanto se criam as condições para a operação em pleno do projecto, deverá funcionar provisoriamente com uma capacidade de produção máxima de 10.000 barris de petróleo/dia.
Na nota a que o VALOR teve acesso, a petrolífera pública indica que o arranque da exploração deste bloco petrolífero representa um “passo importante para o sector petrolífero angolano e o aumento da produção nacional”.
O projecto Mafumeira Sul, pertencente ao Bloco Zero, localiza-se a cerca de 24 quilómetros (15 milhas) da costa de Malongo e está instalado em águas onde a profundidade é de aproximadamente 60 metros (200 pés). Integram Bloco 0 a Cabinda Gulf Oil Company, a Total E&P Angola e a Eni Angola.
“A Sonangol competia só com as empresas estrangeiras. Agora está a competir...