Reservas internacionais caem 0,88% e são as mais baixas de África
BALANÇO. Reservas voltaram a cair numa altura em que o BNA fez recurso para aumentar a liquidez cambial no mercado. Em consequência disso, são as mais baixas do continente em Novembro, no conjunto dos 4 países que já disponibilizaram os dados do penúltimo mês de 2024.
As reservas internacionais brutas assinalaram a quarta queda no exercício corrente, ao decrescerem de 14,727 mil milhões de dólares para os 14,597 mil milhões, um recuo de 0,88% na passagem de Outubro para Novembro, segundo cálculos do Valor Económico com base os dados do Banco Nacional de Angola (BNA).
É a primeira vez neste ano que as reservas caem pelo segundo mês consecutivo. Na passagem de Setembro a Outubro, registaram uma descida de 1,18% ao encolherem dos 14,904 mil milhões de dólares. Pelo último registo diário datado de 13 de Dezembro, as reservas caíram para os 14,469 mil milhões de dólares, valor mais baixo dos últimos seis meses.
Comparativamente ao período homólogo, observa-se praticamente uma estagnação. As reservas apresentam uma variação de 0,11%, visto que, em Novembro do ano passado, se situaram em 14,580 mil milhões de dólares.
A recente diminuição está relacionada com o recurso do BNA às reservas para proporcionar liquidez no mercado cambial, com a injecção de 150 milhões de dólares, para a importação de arroz e operações de particulares, no período. Em Maio do corrente ano, o BNA já tinha intervindo no mercado, com intuito de dar resposta à escassez de divisas, com a injecção de 200 milhões de dólares.
A mais baixa do continente
As reservas internacionais angolanas são as mais baixas do continente africano, no leque de quatro países que, até esta segunda-feira, 16, tinham publicado os valores das reservas. São as únicas que estão muito abaixo dos 20 mil milhões de dólares, muito inferiores em relação à de países cujos recursos naturais não são explorados na mesma proporção ou são desprovidos do que Angola possui.
Marrocos, com uma economia não petrolífera, centrada na agricultura e turismo, tem as reservas em 36,354 mil milhões de dólares, mais do que o dobro das que se encontram guardadas pelo BNA.
A África do Sul, que nem consta no top 5 dos maiores produtores de petróleo, tem as reservas situadas em 65,859 mil milhões de dólares, por sinal as maiores do continente. Em seguida, coloca-se o maior produtor de crude no continente, a Nigéria, com as reservas estimadas em 40,240 mil milhões de dólares.
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