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Rússia quer fornecer armas à República Centro Africana

18 Dec. 2017 António Miguel Mundo

ARMAMENTO. Moscovo solicitou autorização ao Conselho de Segurança das Nações Unidas para fornecer armas e munições ‘leves’ à República Centro Africana, país que, desde 2013, anda sob embargo de armas.

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Os Estados Unidos da América, Reino Unido e França mostram-se preocupados por a Rússia ter solicitado ao Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU) autorização para fornecer armas e munições consideradas ‘leves’ à República Centro Africana (RCA).

Os três tradicionais aliados solicitam ao governo russo que se explique “melhor” sobre o tipo de armas que pretende vender ao país africano. “O nosso único pedido foi que a delegação russa envie informações adicionais sobre os números de série das armas para que possamos rastreá-las”, afirmou um funcionário do governo norte-americano, citado pela Africa News. “Pensamos que é um pedido razoável e ressalta a importância de coordenar a protecção física, controlo, armazenamento seguro e gerenciamento de armas e munições comercializadas”, argumentou.

Moscovo pretende fornecer armas a dois batalhões (no total de 1.300 soldados), que foram, recentemente, treinados pela União Europeia, respondendo, deste modo, ao pedido do presidente da RCA, Faustin-Archange Touadera, feito ao ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov. Faustin-Archange Touadera que solicitou a assistência militar em Outubro, na cidade russa de Sochi.

No entanto, o país africano encontra-se sob embargo de armas, aplicado em 2013, pelo CSNU, após o conflito entre as forças armadas governamentais e grupos rebeldes armados. O presidente Touadera solicitou já às Nações Unidas uma flexibilização do embargo para permitir que o seu governo reforce os equipamentos militar das forças armadas.

Peritos militares russos, que estiveram na RCA em Novembro depois da solicitação de Touadera, propuseram o fornecimento de armas. Na lista, constam 900 pistolas, 5.200 ‘rifles’ de assalto, 140 ‘rifles’ de atiradores, 840 metralhadoras kalashnikov, 270 RPGs e 20 armas antiaéreas, lê-se no documento russo apresentado ao Conselho de Segurança.

A Rússia quer ainda abastecer as forças armadas da RCA com milhões de munições, incluindo cartuchos de blindagem, granadas de mão e argamassa. “O armazenamento e o gerenciamento de ‘stock’ de armas da primeira entrega serão organizados nas instalações de armazenamento já existentes sob protecção armada”, explicam os russos no documento já citado.

A Rússia quer também construir armazenamentos adicionais para armas enviadas, fora da capital Bangui, onde a maioria dos confrontos ocorrem. Entretanto, a França, que receia que as armas caiam nas mãos de grupos rebeldes, tinha, recentemente bloqueado ‘o progresso’ das intenções russas.

A República Centro-Africana tem, há cinco anos, lutado para retornar à estabilidade desde que o país caiu em derramamento de sangue após o derrube, em 2013, do antigo presidente François Bozize, perpetrada pela aliança rebelde, principalmente o grupo muçulmano Seleka.

A França interveio militarmente para expulsar a aliança de Seleka, mas o país continua apoquentado pelas milícias insurgentes, que disputam o controlo de áreas potencialmente ricas em recursos naturais. Com agências*