Satélite angolano com ambições internacionais
TELECOMUNICAÇÕES. Países vizinhos congoleses são os principais clientes do primeiro satélite angolano. A Infrasat conta ainda seduzir mais os mercados internacionais, sobretudo o europeu, em áreas como telecomunicações, média, defesa e segurança e petróleos.
Empresas ligadas às telecomunicações, média, defesa e segurança, petróleos e prestação de serviços reservaram mais 65% da capacidade do Angosat, o único satélite angolano. O lançamento em órbita está marcado para o próximo dia 7 Dezembro, a partir do cosmódromo internacional de Baikonur, no Cazaquistão.
A confirmação destes dados foi dada pela administradora da Infrasat, Emília Dias, durante o Fórum de Oportunidades de Negócios, realizado entre 19 e 25 de Novembro. Emília Dias destacou ainda “a área de prestação de serviços com realce para as ‘startups’ que procuram soluções de negócios com o Angosat”.
O raio de acção do satélite abrange todo o continente africano e parte da Europa e, tecnicamente, vai trabalhar em duas bandas. A primeira é a ‘C’ e a segunda a ‘KU’. Na perspectiva comercial, a gestora da Infrasat revelou que 65% da Banda ‘KU’, a mais procurada, já se encontra reservada, restando 35% disponível.
Relativamente à Banda ‘C’, cuja maior procura provém do mercado externo, ainda estão disponíveis para a comercialização 82%, ou seja, foram apenas vendidos18%. Na distribuição de cada uma das bandas, na ‘C’, do total já reservado, 87% foi absorvido pelo mercado interno e os restantes 13% pelo externo, enquanto na banda ‘KU’ 53% foi vendida para o mercado internacional, ficando o interno com os restantes 47%.
Países como a República Democrática do Congo (RDC) e a República do Congo aparecem como os principais clientes, sendo que, na Europa, a Infrasat continua a negociar com alguns países, com destaque para a Bélgica.
Durante o último ano, a Infrasat dedicou-se à promoção da marca Angosat no mercado internacional. Uma tarefa que, segundo a gestora, “se impunha pela concorrência num mercado que conta com rivais com mais de 50 anos de experiência na indústria espacial”.
O ministro das Telecomunicações e Tecnologias de Informação, José Carvalho da Rocha, prometeu “tudo fazer para recuperar o valor investido”, avaliado em cerca de 320 milhões de dólares. Esta verba serviu para a construção do próprio satélite, o aluguer da posição orbital, assim como para desenvolver o segmento terrestre entre outras acções constantes no projecto.
A Infrasat foi, durante anos, a unidade de negócios da Angola Telecom para telecomunicações via satélite, mas passou a sociedade anónima Infrasat-Telecomunicações com 40% do capital social à pertencer a Angola Telecom e o restante distribuído pelos privados GAFP - Investimentos e Participações SA (30%), Lello SA (20%) e Macgra - Importação e Exportação SA (5%).
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