“Se fosse para fazer ‘lavagem’, os libaneses levariam o dinheiro para fora de Angola, mas estão a investir novamente em Angola”
Em fase de levantamento das empresas libanesas no mercado angolano, presidente da recém-criada Câmara de Comércio Libano–Angola garante que muitas fábricas pertencem aos libaneses, que estes, cada vez mais, diversificam os investimentos e, por isso, entende é hora de os proteger. Nesser Castro nega que os empresários libaneses façam ‘lavagem’ de dinheiro em Angola para patrocinar acções terroristas no norte de África e no Médio-Oriente.
A câmara foi lançada em Dezembro do ano passado. O que já foi feito?
Começámos, em primeiro lugar, por fazer um levantamento do número de empresas em Angola, do número de funcionários angolanos e expatriados que trabalham com essas empresas libanesas de modo a sabermos com e o que iremos trabalhar. E também procuramos saber a força da nossa presença em Angola. Esse é o nosso primeiro ‘target’. Depois começámos a contactar todas as empresas para falar sobre a câmara. Notámos que há empresas que não sabem o que é a câmara. No entanto, explicámos o trabalho da câmara, o significado dela e criámos canais de comunicação nas redes sociais.
Já identificaram quantos empresários libaneses actuam em Angola?
O número da comunidade de libaneses em Angola está, pelo menos, em duas mil pessoas. Quanto ao número de empresas, identificámos, mais ou menos, entre 600 a 650 empresas. Ainda não acabámos o levantamento, vai levar um certo tempo, porque estamos presentes em quase todas as províncias. Em Luanda, temos a maior parte da comunidade de empresários.
Os libaneses estão no mercado angolano desde, pelo menos, os anos 1990. Porquê que só agora têm uma representação empresarial?
A nossa presença aqui data desde 1989. Entrámos neste país, de que gostamos muito, mas era muito difícil aprender a língua portuguesa, porque sempre actuamos com as línguas francesa e inglesa. Por isso, não há uma comunidade grande em Angola. Muitos libaneses preferem países falantes de inglês e francês. Por conta disso, não temos um grande número de empresários aqui.
Quando entramos num país, as coisas têm de evoluir por etapas. Primeiro, pedimos a nossa presença oficial com uma embaixada, não conseguimos, e até agora não sabemos porquê. Colocámos uma embaixada que representa a nossa comunidade aqui, a partir da África do Sul. Também fui nomeado cônsul honorário do Líbano em Angola para ajudar a comunidade e ajudo há 22 anos. E depois, conseguimos, no ano passado, organizar a nossa presença, criámos documentos para fazer a comunidade libanesa, realizámos eleições e nomeámos o presidente da comunidade. Depois, criámos a câmara para organizar ainda melhor a nossa presença em Angola, porque já existem investimentos muito grandes em vários sectores. Não pode haver todos esses investimentos sem organização no território. Daí o surgimento da câmara para organizar a nossa presença económica em convénio com o Governo de Angola.
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