MANUEL AZEVEDO, PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO DE PESCA DE LUANDA

“Se queremos ser competitivos, todos os pagamentos, taxas e tabelas das pescas têm de ser revistos”

São exagerados os pagamentos e taxas que se exigem aos empresários do sector das pescas, o que encarece o preços do produto para o consumidor final. Quem o diz é o presidente da Associação de Pesca Artesanal, Semi-industrial e industrial (APASIL) que ainda se queixa das elevadas multas e da concorrência desleal. Como exemplo, Manuel Azevedo afirma que a uns armadores se lhes dá acesso ao combustível subvencionado, enquanto a outros o direito é barrado. Azevedo compara como se pesca nos países vizinhos e sugere que deveriam ser exemplos para Angola, mas faltam estudos.

“Se queremos ser competitivos, todos os pagamentos, taxas e tabelas das pescas têm de ser revistos”

As políticas públicas encorajam investimentos no sector das pescas?  

Reclamávamos que o navio Baía Farta, em que o Estado gastou quase 80 milhões de euros, estava parado. É um navio oceanográfico. Neste momento, o navio está a funcionar e a fazer o seu trabalho. Quer dizer que, nos próximos tempos, teremos resultados e que poderão dizer: “Senhores investidores, há mais esse recurso, invistam nesses recursos”. Tudo tem de ser em função da indicação do Instituto Nacional Investigação Pesqueira. Imagine que faço um investimento num navio de 10, 25 ou 50 milhões de dólares e depois dizem que não há recursos marinhos suficientes. Como é que se fica? Então, primeiro, os estudos são fundamentais para esse efeito. Para direccionar o investimento.

Apesar das potencialidades, o peso do sector no PIB ainda é residual. Porquê?

De facto, concordo. Se tivermos em atenção os 1.600 quilómetros de costa que temos e cerca de 250 milhas náuticas e os diversos recursos marinhos que possuímos, a sua contribuição é exígua. Podemos fazer muito mais. É um sector cuja empregabilidade é transversal e não podemos olhar para as pescas, só no sentido de pesca extrativa. Temos de ver a pesca também a nível da aquicultura e dos rios ou continental. A aquicultura é um caminho futuro porque, quando se colocam mil peixes no tanque, tem de se dar ração aos peixes que vão crescendo. Sei que, daqui a quatro ou o mais tardar seis meses, tenho X peixes e X quilos.

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