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Sino-Ord quer investir 50 milhões USD em parque industrial no Huambo

19 Jan. 2022 Mercado & Finanças

INDÚSTRIA. Arranque do projecto aguarda apenas pela resposta do governo local. Este ano, empresa conclui um investimento de 80 milhões de dólares em outro parque industrial já em funcionamento, no Bengo.

Sino-Ord quer investir 50 milhões USD em parque industrial no Huambo

Sino-Ord projecta investir 50 milhões de dólares na implantação de um parque industrial no Huambo. O projecto inclui uma fábrica de processamento e transformação de madeira em diversos bens, com destaque para a mobília e rolo de papelão e papel. Conta também com uma vasta área para a plantação de árvores, de modo a suprir, em parte, a necessidade em matéria-prima nas futuras fábricas de mobília e papel e na fábrica actual de papelão, na Barra do Dande, Bengo. Os promotores do projecto não descartam, entretanto, a compra de madeira de outros produtores no país.  A Sino-Ord está em negociações com o governo do Huambo para a cedência do terreno e, se tudo correr dentro do programado, começa a funcionar dentro de cinco meses, segundo o administrador da empresa, Adão Guo.

No actual parque industrial, na Barra do Dande, a empresa conclui, até final deste ano, o investimento estimado em 80 milhões de dólares. Tem em pleno funcionamento três fábricas, uma de cerâmica, outra de papelão e outra ainda de esmalte. Também conta com uma sociedade de transportes e logística, mineradora e posto de gás (LPG). Os empreendimentos fabris ocupam 40% dos 400 hectares do parque, têm um investimento global de 50 milhões de dólares.

A pandemia da covid-19 atrapalhou a conclusão da segunda fase do projecto iniciado em 2018. Com o regresso gradual à normalidade do mercado internacional, Adão Guo prevê investir mais 30 milhões na abertura das fábricas de mobília, papel, placas de gesso e bebidas, o que elevará os actuais dois mil funcionários para quatro mil. 

A empresa perspectiva que cerca de 40% da produção das unidades fabris será destinadas à exportação a países vizinhos e não só. E inicia este ano a experiência de exportação de mosaico ao Congo, Zâmbia, Gabão, Namíbia, São Tomé e Príncipe e África do Sul. A negociação está mais avançada com os dois últimos países.

Adão Guo garante que a empresa tem condições de responder à necessidade do mercado de mosaico, já que produz 85 mil caixas por dia, tendo nesta altura em stock “enormes quantidades”. Por isso, não entende a razão de se abrir mão à importação deste produto, visto que, actualmente, o consumo está abaixo da produção. “O mercado só consegue consumir 40% da nossa produção, produzimos grandes quantidades. Com a pandemia, o poder de compra reduziu, mas nós achamos que, depois disso, o poder de compra será recuperado”, augura.

Nos próximos tempos, Adão Guo projecta investir em Luanda num centro comercial de vendas dos seus produtos, mostrando-se aberto a investidores para os diversos projectos.