Sodosa aplica 40 milhões USD na rede Mangolê
DISTRIBUIÇÃO. Grupo aposta em Luanda e Benguela, com a criação de lojas e centros de distribuição. Investe na construção civil e reclama uma dívida do Estado de 25 milhões de dólares.
O grupo Sodosa vai investir cerca de 40 milhões de dólares na construção de quatro lojas ‘Mangolê’ e dois centros de distribuição em Luanda e Benguela. O investimento será assegurado por fundos próprios por “falta de financiamento bancário”, justifica o PCA, António Soares. “Se tivéssemos financiamento, faríamos mais, mas vamos fazer com fundos próprios. Não somos uma empresa rica, mas sólida, não temos dívidas com nenhum dos bancos”, sublinha.
Constituído por 10 empresas, o grupo resultou da reestruturação da Cabire Alimentos, criada em 1997. Na distribuição, detém as marcas Mangolê, que se dedica ao comércio a retalho, e o Mercadão Mangolê, no comércio grossista.
O grupo tem ainda investimentos no agronegócio, onde perspectiva inaugurar, no próximo ano, duas fábricas de farinha de milho, cujo valor de investimento não foi avançado.
A construção civil é outra área de negócios do grupo que reclama uma dívida de cerca de 25 milhões de dólares pela reabilitação de estradas em Malanje, especialmente das estradas junto da fronteira com o Congo. “A nossa empresa ficou com um dos troços, concluímos o trabalho, ao contrário das outras empresas às quais foram adjudicados os outros troços”, afirma, acrescentando que o grupo estava disponível e com capacidade de efectuar a totalidade da obra. “Ainda temos 2013 por receber e o pouco que nos pagam fazem com o câmbio desajustado.”
Por outro lado, António Soares lamenta ter de “engavetar” um projecto por falta de financiamento. Avaliado em cerca de 93 milhões de dólares, previa a produção de 70 toneladas por dia de carne suína numa primeira fase que duraria quatro anos.
“Um grande projecto de integração de uma cadeia de suinicultura, mas o financiamento não foi aprovado pelo BDA. Iria reduzir em cerca de dois milhões de dólares/ano o valor gasto na importação de carne suína e derivados”, calcula.
O grupo, que já contou com mais de dois mil colaboradores, ficou reduzido a metade, nos últimos anos, em consequência da crise económica, cambial e financeira.
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