Segundo a imprensa portuguesa

Sonair e TAP acusadas de branqueamento de capitais

As sociedades Halifax Global Corporation e Kennex Global, alegadamente associadas a Mirco Martins, enteado do vice-presidente Manuel Vicente, e Zandre Finda, gestor de negócios do general Kopelipa, surgem como beneficiárias do esquema de branqueamento de capitais que a Sonair terá montado com a ajuda de quadros da portuguesa TAP, para esconder fortunas ligadas à Sonangol.

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A informação é avançada pelo diário português ‘Público’, que, na edição online deste sábado (22) cita um comunicado do Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) português a respeito da TAP, suspeitos de terem ajudado a Sonair, subsidiária da Sonangol, a lavar milhões de euros em Portugal.

"A Sonair procedeu ao pagamento à TAP de um valor superior a 25 milhões de euros sem que tenha havido a prestação dos serviços aparentemente contratados", esclarece o DCIAP, adiantando que, para além da Sonair e da TAP, o esquema envolvia uma terceira empresa: a Worldair.

"Esta, mediante o recebimento de comissões incompreensivelmente elevadas (cerca de dois terços do valor do negócio), permitia girar o dinheiro para contas fora de Portugal", avança o DCIAP.

Os investigadores revelam que "os montantes circulavam ainda por ‘offshores’ antes de regressarem a contas portuguesas", arranjo que destapou a intervenção de sociedades sediadas em paraísos fiscais, como a Halifax Global Corporation e a Kennex Global, ambas localizadas nas Ilhas Virgens Britânicas.

A primeira é associada a Mirco Martins, enteado do vice-presidente Manuel Vicente, enquanto a outra aparece ligada a Zandre Finda, gestor de negócios do ministro de Estado e chefe da Casa de Segurança do Presidente da República, general Kopelipa. Contudo, nem Mirco Martins, nem Zandre Finda foram constituídos arguido no âmbito deste processo, adianta o ‘Público’.

Para além de apontar que milhões de euros, foram canalizados para ‘offshores’, a investigação nota que, "em alguns casos, o dinheiro acabava por ser usado para a aquisição de imóveis de luxo" em Portugal.

Por isso, indica o ‘Público´, "o Ministério Público arrestou nove imóveis, no valor de cerca de seis milhões de euros, todos registados em nome de sociedades envolvidas no processo de branqueamento. Foram também apreendidos os saldos de 21 contas bancárias em nome de empresas de fachada".