Sonangol privatiza gestão de quatro petroleiros
PETRÓLEO. Frota da concessionária estatal transportou mais de 8,3 milhões detoneladas de petróleo em 2016. Medida levanta questões sobre o futuro laboral de trabalhadores.
A Sonangol Shipping Angola (SSAL), subsidiária da petrolífera estatal responsável pelo transporte marítimo de crude e derivados, abriu um concurso público “limitado” visando a contratação de empresas para gerir quatro dos 12 navios que constituem a sua frota de cabotagem, anunciou recentemente a empresa. Em causa, estão os petroleiros Kalahari (112,8 toneladas), Avenca (51, 2 toneladas), Gazela (6, 4 de toneladas) e Gunga (6.4 toneladas).
Em anúncio público, a concessionária de hidrocarbonetos diz que pretende identificar “mais de uma” entidade com este propósito. Entre os requisitos, a Sonangol estabelece experiência em selecção, recrutamento e contratação de tripulações, capacidade na execução de “actos relacionados com a gestão técnica dos navios”, domínio de aprovisionamento e manutenção de embarcações.
Entretanto, o anúncio levanta questões sobre o funcionamento desta subsidiária, nomeadamente a gestão das restantes oito embarcações e a possível situação laboral de centenas de trabalhadores que ainda assumem a manutenção daquelas cuja gestão se pretende privatizar, assim como outros aspectos relacionados.
À hora do fecho da presente edição, o gabinete de comunicação da petrolífera disse ao VALOR que aguardava autorização da direcção da empresa para responder a questões do jornal neste sentido.
O relatório e contas da Sonangol referente a 2016 assinala que, no ano em referência a sua subsidiária transportou 8.331.825 toneladas de petróleo bruto, 6% acima da carga manuseada no ano anterior.
Daquelas, 5.554.550 toneladas de petróleo bruto foram manuseadas pela frota Suezmax, e 2.777.275 toneladas pela frota de cabotagem, especificamente referente ao fornecimento de crude à Refinaria de Luanda, na zona da Petrangol.
Em Abril, a Sonangol Shipping Angola elevou para 12 navios a sua frota com a compra de dois novos petroleiros do tipo Suezmax, com capacidades para um milhão de barris de petróleo cada.
Baptizados de ´Sonangol Cazenga´ (homenagem ao distrito urbano de Luanda com o mesmo nome) e Sonangol Maiombe (em referência à segunda maior floresta do mundo, em Cabinda), os dois navios foram construídos pela gigante naval sul-coreana DSME nos estaleiros de Okpo, e apresentam várias inovações e tecnologia descritas como sendo de última geração.
A presidente do conselho de administração da Sonangol, Isabel dos Santos, elogiou a compra das embarcações. A aquisição destes dois novos petroleiros está alinhada com a visão da nova Sonangol, expressa no rigor e selectividade dos investimentos.
O Cazenga e o Maiombe vão permitir que Angola participe de forma activa e lucrativa no mercado internacional de shipping”, referiu a gestora, em nota de imprensa divulgada na altura. A tripulação dos dois navios é maioritariamente angolana.
JLo do lado errado da história