Sonangol reformula estratégia para vender hotéis
PRIVATIZAÇÃO. Processo de alienação dos activos fora do negócio ‘core’ sofre impacto das crises económica e pandémica. Unidades hoteleiras colocadas à venda em Luanda não tiveram compradores interessados. Até ao momento, nenhum passou da intenção.
A Sonangol está a reformular o processo de comunicação e estratégia para a venda do Hotel Florença e do Hotel Convenções de Talatona (HCTA) por até agora ter recebido apenas intenções de compra.
Sem adiantar o número de intenções recebidas, o director-geral da Sonangol Imobiliária e Propriedades (Sonip), Wilson Mucacava, explicou que a intenção da mudança de estratégia é a de “promover mais” as unidades dentro e fora do país.
Segundo Mucacava, desde que foi aberto o concurso público das duas unidades, a 27 de Agosto deste ano, houve contactos “preliminares” com potenciais interessados, entre os quais empresas internacionais, incluindo algumas de referências, “mas não passaram de apenas intenções”.
Reconhecendo que o contexto em que a petrolífera decidiu colocar a venda das unidades é “bastante desafiante”, o gestor referiu que os efeitos da crise e da pandemia têm “impactado” no número de propostas que seria “desejável” nesta fase. “Mas tudo estamos a fazer no sentido de promover ainda mais os nossos activos, assegurando, deste modo, que tenhamos um maior número de propostas possíveis e escolher no âmbito daquilo que é a comissão de avaliação aquela que melhor atende à expectativa do investidor”, ressaltou.
A petrolífera tem estado também a analisar o que será o melhor modelo de privatização a ser usado para a venda dos hotéis. Desde logo, explica Mucavava, duas possibilidades estão em cima da mesa, nomeadamente a alienação “pura e dura” ou ainda o de operação. “Isto permite avaliar em função das propostas que recebermos, qual é a estratégia que deveremos adoptar, assegurando deste modo todo o investimento realizado”, explicita.
As declarações do director da Sonip foram feitas durante a Webinar, promovida pela Sonangol, sobre a actratividade do sector do turismo em Angola.
Os concursos públicos internacionais para a venda das duas unidades hoteleiras foram colocados no mesmo dia. Os candidatos interessados tinham até ao dia 16 de Outubro para a apresentação das respectivas candidaturas. E os aprovados tinham de apresentar as propostas financeiras para a compra dos imóveis até ao dia 04 de Dezembro deste ano.
Para a caução provisória, no caso do HCTA, a petrolífera exige até um milhão de dólares ou o contravalor em kwanzas à taxa câmbio do Banco Nacional de Angola. No caso do Hotel Florença, são 60 mil dólares.
Além destes dois investimentos, a Sonangol abriu concurso para a venda de activos e participações no turismo, depois de, em Janeiro, ter colocado, no mercado, seis empresas com sedes em Angola, Portugal, Estados Unidos e França.
Os hotéis por dentro
O HCTA foi inaugurado em Dezembro de 2009. Foi a primeira unidade hoteleira de cinco estrelas a surgir em Angola, tendo a sua edificação implicado um investimento de mais de 200 milhões de dólares. Mas o ano passado passou à categoria de quatro estrelas.
O empreendimento está integrado num complexo que incorpora também o Centro de Convenções de Talatona (CCTA) e 20 luxuosas vilas. A unidade hoteleira possui 201 quartos, 180 dos quais de luxo e 21 suítes. Já o Hotel Florença é uma unidade de três estrelas, também financiada pela petrolífera e está localizado igualmente na zona de Talatona.
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