Startup cria fundo de investimento para ajudar empresas
EMPREENDEDORISMO. Falta de apoio do Estado e burocracia das instituições financeiras são os principais factores que estão na base do surgimento da Ligue Investimentos.
A falência de inúmeras empresas iniciantes, em consequência do confinamento forçado pela pandemia, levou o empreendedor Inene dos Santos a criar o fundo de investimento às pequenas empresas, denominado Ligue Investimentos, com intuito de auxiliar no seu crescimento.
“Notamos que há muitas startups a nascer, mas não têm o apoio financeiro do Estado nem da banca. A área tecnológica na Europa e nos Estados Unidos cresce com investimentos para dar os primeiros passos e hoje é rentável. Poderia olhar-se as startups de uma outra maneira, por isso tivemos a iniciativa”, afirma, lamentando as “excessivas burocracias” da banca, catalogada como “empecilho” ao crescimento dos jovens empreendedores.
O fundo tem uma carteira estimada em 10 milhões de kwanzas, numa primeira fase, canalizados para o surgimento de sete empresas dos ramos de prestação de serviços a petrolíferas, tecnologia e auditoria. O retorno do valor investido está avaliado em mais de 25 milhões de kwanzas no prazo de três anos.
“Começámos com pequenos investimentos, já vamos com uma carteira de 10 milhões de kwanzas, já vimos uma margem de crescimento muito grande, temos já plataformas a funcionar”, observa.
Inene dos Santos explica que o fundo é uma opção para quem tem dinheiro e “não sabe ao certo o que fazer, em vez de guardar no banco, pode investir.” Os investimentos começam a partir dos 100 mil kwanzas e o retorno é efectuado em pouco tempo, de acordo o valor de investimento a determinado negócio. Por exemplo, um investimento avaliado em 1 milhão de kwanzas pode render dois ou mais milhões no prazo de um ano.
Além da componente financeira, o fundo participa na elaboração do plano de negócio, faz acompanhamento da execução e gestão até que o beneficiário consiga manter estabilizada a empresa. Nos próximos tempos, tenciona firmar parceria com duas empresas listadas na Bolsa de Valores de forma a estender a linha de investimento aos empreendedores dos vários pontos do país. No entanto, refere o empreendedor, o desejo é criar um fundo de grande dimensão visto que “as pequenas e médias empresas organizadas não se encontram na Bolsa de Valores de Angola”.
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