“Sustentabilidade para nós é acordar e conseguirmos ultrapassar as chuvas para irmos trabalhar”
Líder da Comunidade Women in ESG Africa defende que as instituições financeiras devem incentivar as empresas que cumprem com as políticas ambientais, sociais e corporativas (ESG) através da redução da taxa de juros, e com a implementação de outros incentivos. Hortência Matos acredita que com ajuda das mulheres Angola vai cumprir os objectivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030 das Nações Unidas, mas alerta para a tarefa difícil, lembrando que as preocupações angolanas passam por resolver problemas sociais.
Actualmente fala-se muito do ESG, Angola ratificou o acordo de Paris já há algum tempo. Como analisa a implementação no país?
Nós tivemos o contacto com o relatório voluntário sobre a implementação da sustentabilidade do nosso país, desde da ratificação até a data, e decidimos, com base nisso, criar uma associação sem fins lucrativos para apoiar o Estado angolano, em particular, e os Estados africanos, em especial, na implementação das políticas e desses requisitos. Ficamos preocupados com isso, e também, com esse acordo que Angola ratificou sobre o desenvolvimento sustentável. Diz que é um acordo entre o Estado e os povos, onde tem uma frase de incentivo, que todos devem fazer a sua parte. Todos em conjunto devemos trabalhar em prol da sustentabilidade, não é uma responsabilidade só do Estado, mas sim, de cada uma das partes dos povos. E nós entramos para cumprirmos a nossa parte na qualidade de povo. No entanto, o Estado, como entidade máxima, tem a tutela deste assunto e nós entramos como apoiantes, somos completamente voluntários. Temos consciência que o nosso país não é o único que enfrenta essa dificuldade de implementação, é o nosso continente no geral, então decidimos também abraçar a agenda 2063 da União Africana, o que quer dizer que estamos comprometidas em apoiar, igualmente, os outros Estados africanos para o cumprimento da agenda da União Africana e das Nações Unidas.
De que forma vai ajudar os governos na sua implementação?
Pretendemos actuar no âmbito da literacia, do esclarecimento, porque, hoje em dia, é um tema novo apesar de ter sido proferido pelo então secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan, em 2000. Já há 23 anos que se fala neste tema. Na altura, falávamos dos compromissos do milénio que depois evoluiu para o impacto do desenvolvimento sustentável. Pretendemos actuar neste âmbito, de esclarecimento e literacia. Podemos estar numa sala, com muita gente a falar sobre sustentabilidade e muitas pessoas não sabem o que é. Por exemplo, uma empresa, que tenha de implementar painéis solares para a redução da poluição do meio ambiente e diminuição do consumo de energia, basta chegar, marcamos uma reunião e oferecemos uma consultoria de levantamento, porque temos outros parceiros que trabalham connosco.
Em todas as áreas?
Nas áreas que tivermos limitações, os nossos parceiros entram, fazemos no fundo um ‘check-up’ e depois fazemos o relatório preliminar do que achamos que deve ser implementado para que a empresa seja considerada sustentável. Ou seja, servimos de ponte entre a empresa e as suas necessidades e ainda fazemos o acompanhamento. No final de cada ano, pretendemos emitir o nosso próprio relatório. Disponibilizaremos esses relatórios no nosso site, aos quais o Estado e a ONU poderão ter acesso. Começamos com Angola, vamos para fora e vamos incentivar outras mulheres de outros de África a criarem também esse movimento. Pretendemos ser uma plataforma líder em África sobre o tema da sustentabilidade.
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