Taxistas ameaçam escalada de manifestações
PROTESTOS. Operadores tencionam manifestar-se neste sábado, 17, em vários pontos do país. Líderes associativos aconselham Governo a acelerar o processo de entrega dos cartões, sob pena de se instalar em uma série de manifestações.
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As taxistas estão agastados com as administrações municipais, encarregadas de entregarem os cartões de abastecimento de gasolina que, passadas duas semanas desde o anúncio público do Governo sobre a não retirada da subvenção aos combustíveis aos operadores de táxi, não foram ainda contemplados.
Os operadores compram a gasolina ao preço de 300 kwanzas, não usufruindo da subvenção que manteve o preço a 160. A situação já provocou manifestações no Zaire, Huíla e Huambo na semana passada e, no início desta semana, a manifestação estendeu-se ao Namibe com confrontos entre a Polícia e os operadores de táxi. Em consequência das manifestações, existem registos de mais de cinco mortos, feridos e vários detidos.
Francisco Paciência, presidente da Associação Nacional dos Taxistas de Angola (Anata), lamenta “a lentidão” no processo de entrega dos cartões aos operadores e considera que as administrações estão a inverter as orientações da comissão interministerial.
“É um processo extremamente lento e ineficiente, estamos a acompanhar para tentar ajudar, depende muito da vontade das administrações para trabalharmos e conseguirmos mitigar algumas situações de descontentamento dos taxistas”, lamenta.
O líder associativo teme que a “saturação” culmine com fortes manifestações dos operadores que estão a ficar saturados com a demora e constantes gastos com a gasolina.
“Estamos a dizer aos taxistas que as administrações estão com vontade de entregar os cartões, mas sentimos que algumas administrações fecham a comunicação. Isso causa transtorno e frustração na vontade do próprio Governo que quer evitar situações constrangedoras com os taxistas”, observa Francisco Paciência.
Na mesma situação, encontram-se os moto-taxistas. O presidente da Associação dos Motoqueiros Transportadores de Angola (Amotrang), Bento Rafael, refere que o número de cartões entregues não cobre os mais de 51 mil associados. À semelhança do homólogo da Anata, lamenta a ineficiência que se verifica no processo de entrega.
Enquanto alguns operadores começaram com alteração do preço da corrida, puxando os 150 kwanzas actuais para 300, em Luanda e em demais provinciais tencionam realizar uma manifestação neste sábado, em protesto contra o incumprimento da subvenção com que foram contemplados.
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