ANGOLA GROWING
MASSUNGA HENRIQUES, PRESIDENTE DA CÂMARA DE COMÉRCIO E INDÚSTRIA ANGOLA-SÉRVIA

“Temos de deixar de ser dependentes de dois ou três produtos e passarmos a uma economia mais plena com a produção de outros grãos. E é importante capitalizar isto”

10 Jul. 2024 Grande Entrevista

Criada há dois anos, a Câmara de Comércio e Indústria Angola Sérvia quer elevar as trocas comerciais de um milhão de dólares para cinco milhões. Massunga Henriques, presidente da organização, coloca a câmara como uma porta para os jovens empreendedores buscarem conhecimento para as áreas da agricultura e tecnologias.

“Temos de deixar de ser dependentes de dois ou três produtos e passarmos a uma economia mais plena com a produção de outros grãos. E é importante capitalizar isto”

O que motivou a criação da Câmara de Comércio e Indústria Angola-Sérvia e qual o seu estado?

A Câmara de Comércio e Indústria Angola-Sérvia foi fundada a18 de Maio de 2022 e, desde então, tem estado a trabalhar no sentido de fomentar o intercâmbio económico comercial entre as empresas angolanas e as sérvias. O interesse é mútuo, quer seja no estreitamento de relações comerciais, quer seja através de conhecimento científico, na classificação e atracção dos negócios e também na atracção de novos instrumentos para os dois países. A Sérvia é um é um país que sempre esteve com Angola desde os primeiros anos da nossa independência. É um país localizado no sudoeste da Europa. A relação de Angola com a Sérvia sempre foi muito boa desde a formação de quadros, no capítulo económico. Por exemplo, a nossa primeira moeda foi impressa na Sérvia. 


Quais são os principais produtos transaccionados entre os dois países?

Sempre teve um apoio comercial também muito forte. Mas o apoio militar em Angola falou mais alto em função do momento em que vivíamos. A Sérvia teve um papel muito grande na conquista da independência bem como no pós-guerra. A nossa perspectiva é voltarmos, não estar ligados à questão militar, mas estarmos mais voltados ao comércio nesta fase de reestruturação da nossa economia. A perspectiva também é contarmos com o apoio sérvio, tal como contamos, desde a primeira hora, no sentido de ajudarmos aqui a fazer essa mudança relativamente à dependência que temos do petróleo para uma economia mais circular. 

E qual é o nível das trocas comerciais entre Angola e a Sérvia? 

Os níveis ainda são muito insuficientes. Os embaixadores da Sérvia e de Angola têm feito trabalhos extraordinários, têm trabalhado no sentido de aumentar as trocas comerciais entre Angola e a Sérvia. Já temos algumas iniciativas, mas ainda são muito residuais. O volume de negócios entre os dois países é de mais ou menos um milhão de dólares, mas isso foi em 2021. Prevemos atingir os cinco milhões de dólares. Hoje já devemos estar em cerca de três a quatro milhões de dólares, estamos a trabalhar no sentido de aumentarmos esse volume de negócios. Já há empresas sérvias a operar em Angola, temos a Nelt que fez um investimento na área de doces e chocolates. Estamos a tentar ver a possibilidade de fazermos alguma exportação de produtos do campo de Angola para a Sérvia, estamos a preparar essa encomenda. A seu tempo, vamos publicá-la, são produtos que temos e muito acessíveis. Estamos a preparar os produtos para, a curto prazo, fazer essa exportação, que provavelmente vai abrir essa rota de negócios e vai aumentar significativamente também o volume de negócio. Já participámos em vários eventos e fizemos a venda de madeira a empresários sérvios. Também há um grande interesse no mármore angolano, no peixe, querem muito o peixe, nos diamantes, assim como têm também interesse no petróleo e gás. Temos estado a trabalhar e ver se conseguimos efectivar, ainda este ano, negócios concretos nesta matéria. 

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