“Temos uma classe empresarial débil que precisa de um observatório diferente”
Garante que, apesar de ter reduzido significativamente, a classe empresarial chinesa em Angola continua robusta. Sobre o empresariado nacional, classifica como “classe menos forte do que devia” a necessidade de “políticas públicas” e “um ambiente de negócios que permita a agregação de valor aos esforços” que fazem. E espera que a questão da propriedade das terras seja resolvida para dar outro impulso à agricultura.
A China comemorou, a 1 de Outubro, o seu 73º aniversário. Já conta com cerca de 40 anos de relações com Angola (os dois países estabeleceram relações diplomáticas em 1983). Como avalia esta relação?
As relações de Angola e China são bastante consistentes e crescem ano após ano. A República de Angola e a República Popular da China celebram, a 12 de Janeiro de 2023, 40 anos de relações políticas e diplomáticas dos quais 13 de cooperação e parceria estratégicas. Um percurso que resiste a vendavais e intempéries, no tempo e no espaço, construindo uma relação de benefícios e vantagens recíprocas para um futuro compartilhado. Segundo, as trocas comerciais, entre os dois países, conhecem progressos de forma acentuada. Olhando para as estatísticas do Ministério do Comércio da China, em 2021, o volume de negócios atingiu o montante de 23,35 mil milhões de dólares, registando-se um aumento de 42% comparativamente ao ano anterior. O balanço do primeiro semestre de 2022 dá-nos conta do montante de 14,42 mil milhões do volume de negócios tendo-se constatado um aumento de 33% comparativamente ao período homólogo do período anterior.
A presença do empresariado chinês em Angola já foi muito mais forte, pelo menos, em termos numéricos…
Durante o período em que o mercado angolano estava no ‘boom’, muitas empresas, de estatura pequena, média e algumas mesmo grandes, estabeleceram-se no mercado do comércio geral baseado no fornecimento de mercadorias importadas no País de origem. A crise económica e financeira, com escassez de recursos cambiais, a desvalorização da moeda nacional e a inflação, todos estes factores, contribuíram para o desaparecimento de muitas destas empresas que, a título de opções, umas emigraram para outros países do continente africano e outras preferiram voltar ao país de origem. Ficaram em Angola aquelas empresas que fizeram investimentos em ‘stock’ essencialmente em indústrias, fábricas, centros comerciais e em outros projectos de robustez, o que permitiu a sobrevivência e a afirmação destas que hoje representam o mosaico empresarial das empresas, que chamamos de direito angolano, criadas à luz da legislação angolana com capital proveniente da China ao abrigo da lei do investimento privado directo. A estas, para reduzir o nível de volatilidade a experiência do passado, acrescem-se a outras que apostam em projectos sustentáveis, colocando os seus recursos ao serviço da economia angolana. Angola hoje tem um número de empresas de direito angolano com capital de origem chinesa com robustez financeira e que vieram para ficar.
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“A Sonangol competia só com as empresas estrangeiras. Agora está a competir...