SEGURANÇA. Muitos agentes de segurança privada ‘encaixam’, por mês, mais de 90 mil kwanzas graças a trabalhos extra, como lavagens de carro, controlo de parques de estacionamento ou ligação à prostituição. Compensam os menos de 50 mil kwanzas de salários líquidos que auferem nas empresas. Sabem que correm riscos, mas também não encontram alternativas.

Vivem, na sua maioria, nas periferias de Luanda e exercem um conjunto de diligências voltadas para a protecção de pessoas e bens, de instalações, de propriedades e de locais de eventos. São, no geral, recompensados com o que consideram “pouco salário” e, para se verem ‘arranjados’, socorrem-se de trabalhos extra.

É o caso, por exemplo, de José Dinis, natural do Uige, e que já conta com 45 anos de idade. É segurança há 15 anos e trabalha por turnos. Ganha 45 mil kwanzas mensais. Por isso, considera “ingrato” o salário e, com os colegas, arranja trabalhos em vários locais. Não está sozinho quando se lamenta que ganha pouco no trabalho formal. Como tantos outros seguranças, José Dinis recorre ao que encontra, incluindo a protecção a quem se dedica à prostituição: “Se não fizermos isso não levamos nada para casa, então fazemos. Deixamos entrar aqui as moças que ‘fazem vida’, fazem o trabalho delas e, quando terminam, deixam mesmo dois mil kwanzas”.

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