Troca de formação cresce nas redes sociais
Permuta. Redes sociais têm servido de meio alternativo na troca de experiências entre internautas, sobretudo jovens, em diferentes áreas formativas. Desta forma, fintam a impossibilidade financeira de frequentar cursos profissionais em instituições formais.
A pandemia da covid-19 deu azo ao crescimento de variados negócios nas redes sociais. Antes, vistas como simples meio de interacção entre pessoas, as redes sociais transformaram-se num imenso ‘mercado’ para quase tudo. Das famosas vendas em páginas em grupos, agora viraliza em tudo quanto é canto das redes, com realce no Facebook, a troca de formação profissional. A troca cinge-se na base de conhecimentos em determinada matéria. É feita em formato privado ‘online’ e, nalguns casos, presencialmente.
Erinela Maureth, a viver intensamente a experiência desde o ano passado, dedica-se à troca de conhecimentos desde 2015. Começou com o ‘aperto’ da crise financeira. Professora de profissão, perde-se nos números de cursos trocados até agora. No leque dos que lecciona, destacam-se gestão empresarial, maquilhagem, pastelaria e decoração. “A falta de possibilidade de fazer curso num centro de formação é o que nos motiva a ensinar-nos uns aos outros. Normalmente, publico nas redes sociais a minha disponibilidade de ensinar o que domino em troca de ensinamentos novos, não tarda surgem muitos interessados. De acordo com o meu interesse em aprender, faço a escolha conveniente, em seguida marco no privado o horário da formação, geralmente, por vídeo no ‘whatshapp’ e alguns casos presencialmente”, conta.
Naquelas formações mais práticas, como é o caso de pastelaria, culinária, decoração e maquilhagem, as mais solicitadas, os interessados são obrigados a combinarem o lugar em que decorrerá a formação, na maior parte das vezes, na casa onde habitam. Os custos com materiais essenciais para a aprendizagem são da responsabilidade do formando, podendo o formador auxiliar os custos em jeito de solidariedade.
Outra frequentadora dos cursos é Helena Simão. Também justifica a opção por se constituir pouco onerosa se for comparar ao que se paga nos centros de formação. “A formação é tão cara, nesta fase, que não tenho emprego nem estou a estudar e esse intercâmbio ajuda-me bastante na realização de alguns negócios”, afirma.
Após a troca, muitos participantes canalizam os conhecimentos adquiridos para o empreendedorismo. Uns ministram ao domicílio com carácter comercial ou ainda criam pequenos grupos, capacitam no sentido de prestar serviços a eventos, conforme é observado nos cursos de decoração e maquilhagem.
Mas nem tudo nestas conhecidas trocas de experiência funciona bem. Por exemplo, Erinela Maureth revela que há quem alegue dominar certa área (a partilhar), contudo, quando é confrontado durante a formação demonstra completo desconhecimento. “Antes de aceitar a troca é importante certificar se a outra parte domina o que nos pretende ensinar, uns tantos que andam nestas actividades têm conhecimento empírico”, nota.
Nesta tendência estão presentes maioritariamente jovens mulheres residentes em Luanda, segundo uma consulta de perfis no Facebook. Umas publicam a demonstrar interesse na partilha apresentando antecipadamente o que realmente gostariam de aprender.
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