Twapama queixa-se de falta de financiamento
EMPREENDEDORISMO. Elevados custos de produção não permitem que a Twapama comercialize, a preços baixos, motas e bicicletas transformadas e personalizadas. Empresa procura financiamentos para minimizar custos e regularizar os preços.
A montadora de motas e bicicletas Twapama enfrenta dificuldades para conseguir manter o projecto por condicionalismos financeiros. A empresa tem proporcionado a possibilidade de os seus profissionais criarem o próprio emprego, mas Benjamim Paulo, director comercial da empresa, queixa-se que “a falta de capital inicial tem condicionado muitos jovens que querem empreender”.
Há três anos que a Twapama transforma e personaliza motorizadas, bicicletas e contentores em diversas superficies comerciais móveis. ‘‘Sentem o negócio a cair por causa do fraco poder de compra do público-alvo”, afirma Benjamim Paulo. “E isto faz com que tenhamos muitas solicitações, mas as pessoas não compram”, reforça
O custo de produção ronda os 80% do valor do produto final. Uma motorizada nova e personalizada de três rodas, por exemplo, equipada com expositor e grade para produtos agricolas, com instalação eléctrica, chega a custar 2,1 milhões de kwanzas. O fabrico fica pelos 1,7 milhões de kwanzas. Ou seja, a margem de lucro é baixa.
Benjamim Paulo acredita, que se houver algum financiamento, minimizar os custos de produção e, deste modo, tornam os produtos mais acessíveis. “Já procurámos algumas instituições bancárias que têm estado a dar microcrédito para serem nossos parceiros, mas não respondem’’, lamenta.
Por isso, Benjamim Paulo tem ‘corrido atrás’ de apoios financeiros, mas não propriamente empréstimos directos, com um argumento: as taxas de juros são “elevadas”. Em alternativa, defende que os bancos deveriam facilitar o crédito a quem adquirisse as motas. Sem muitas soluções, a empresa vai sobrevivendo com dificuldades na compra de matéria-prima. Desta forma, também não consegue responder positivamente aos clientes que solicitam pagamentos parcelados.
OLHOS NA INDÚSTRIA
A administração da fábrica artesanal sonha também em transformar-se numa unidade industrial caso consiga o apoio. ‘‘Esperamos que, até ao final do ano, consigamos tornar-nos numa indústria’’, confia Benjamim Paulo.
A Twapama-Soluções de Negócios tem em carteira a construção de uma unidade industrial para atender às necessidades, não só de angolanos, como também regionais. Os planos passam por instalar uma unidade para a montagem de bicicletas, motorizadas, triciclos e quadriciclos, para apoiar a vendaambulante, e a construção de equipamentos marítimos. Criar uma unidade para a transformação de contentores para vários fins comerciais também entra nos planos da empresa.
A previsão de investimento ronda os sete milhões de dólares, com a aquisição de um espaço na Zona Industrial, a compra de equipamentos e a formação dos técnicos no exterior.
A transformação de motas requer a compra de materiais. E isso é feito com dificuldade devido à escassez no mercado. Por exemplo, tem faltado chapas inox. Quando as há custam, as de 1m20, entre 120 a 130 mil kwanzas cada uma. “O nosso produto torna-se caro’’, admite Benjamin Paulo, que acrescenta outro problema: os preços estão sempre em oscilações.
As dificuldades encontradas na aquisição de material têm condicionado o crescimento da empresa, admite o director comercial da Twapama, que garante já ter apresentado algumas propostas a organismos públicos como os ministérios da Acçao Social, Famíia e Promoção da Mulher (Masfamu) e da Economia e Planeamento (MEP) e o Conselho Nacional da Juventude (CNJ), para que, por via do PREI, sejam solicitados no sentido de ajudarem o Governo a criar soluções para um grupo de jovens que precisam dos serviços.
JLo do lado errado da história