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DONALD TRUMP PROPÕE REFORÇO DA DEFESA E CORTES NA EDUCAÇÃO E SAÚDE

Um orçamento para mostrar “poder forte”

17 Mar. 2017 Emídio Fernando Mundo

EUA. Fortes investimentos na Defesa e no abastecimento militar, redução na investigação na Saúde e cortes na Educação, diplomacia e ciências. Eis o Orçamento ?de Estado proposto por Donald Trump, o primeiro do novo presidente norte-americano. Mas recebeu fortes críticas, incluindo as dos republicanos.

 

 Donald Trump já tinha admitido, em campanha eleitoral, as intenções de reforçar o orçamento da Defesa, por causa dos possíveis ataques terroristas, e na compra de equipamento militar, com intenções de fazer umas ‘incursões’ além fronteiras. No primeiro Orçamento de Estado que propõe aos EUA estão reforçadas essas opções, que se juntam aos cortes. Para colocar na Defesa, o presidente dos EUA corta na investigação científica, nomeadamente na Saúde e reduz as verbas para a Educação, diplomacia e ciências.

Mas não só. O Ambiente é uma das ‘vítimas’. Entre as agências mais afectadas, pela proposta de Donald Trump, constam a Protecção do Ambiente, com um corte de 31%; o Departamento de Estado, que vai ter menos 29%,verá a maior parte dos cortes incidirem na ajuda a países estrangeiros. O Departamento de Agricultura e o Departamento do Trabalho terão menos 21% em 2018. A investigação na saúde sofre com um corte de 20%.

A Casa Branca justifica a proposta como um sinal de um “poder forte” por parte dos EUA. O plano foi apresentado, na quinta-feira, sob o título ‘A América Primeiro’. Estão ainda previstos cortes de 14% na educação e o desinvesvimento nas rádios e televisões públicas, que podem provocar o encerramento de centenas de rádios locais.

Na apresentação do plano, Donald Trump explicou que o total de cortes representa 54 mil milhões de dólares e que vão “servir para reforçar o investimento militar e na defesa das fronteiras dos EUA”. Ao todo, estão previstos aumentos nos departamentos de Veteranos de Guerra, de 6%, no de Segurança Interna de 7% e no de Defesa, de 9%.

Apesar dos cortes, o presidente dos EUA não reduziu na Segurança Social e no Medicaid, que valem cerca de dois terços das despesas do Orçamento do Estado.

A construção do muro entre o México e os EUA, uma das promessas eleitorais mais polémicas de Donald Trump, não está prevista no Orçamento de 2018, já que a Casa Branca quer avançar com o projecto ainda este ano.

O orçamento dos EUA exige a aprovação pelo Congresso, mas já recebeu críticas até por parte de congressistas do Partido Republicano, especialmente por causa dos cortes previstos na diplomacia e na investigação de saúde que vai ter menos 5,8 mil milhões de dólares. Um dos congressistas republicanos adverte ser “imprudente” estes cortes, porque podem “inverter o quadro na luta contra muitas doenças”.

O líder dos republicanos, no Congresso, Steve Stivers, admite que este Orçamento “não ser o ponto de partida”, afirmando que vê “cortes drásticos sem justificação” e que entende a proposta como apenas uma “mensagem aos aliados”, por causa das verbas alocadas à Defesa.