BARTOLOMEU DIAS, EMPRESÁRIO

“Um Presidente não pode ir a um país para receber doações, não é dignificante”

Garante a continuidade do seu grupo por muitos anos e critica a mentalidade dos governantes, defendendo “mudança urgente”, sob pena de o país continuar adiado. Bartolomeu Dias não deixa de questionar também o surgimento de monopólios e consórcios, com dinheiro do Estado, quando, há cinco anos, o Presidente João Lourenço cancelou o projecto ‘Air Connetion Expresso’ em que, garante, não estava previsto investimento do Estado. Pelo menos até onde sabe.  

“Um Presidente não pode ir a um país para receber doações, não é dignificante”

Em Junho de 2018, deu uma entrevista a este jornal em que se manifestou muito receoso com algumas decisões do Presidente da República, e ainda não tinha passado um ano desde que João Lourenço tinha assumido o poder. Foi muito criticado, na altura. Qual é a leitura que faz do país de lá para cá?

Cada pessoa tem a sua interpretação de uma entrevista. Criticaram-me bastante, mas compreendi que nem todas as pessoas têm a visão que eu tenho. O que me fez ter aquela abordagem, naquela altura, eram os sinais que já me davam a entender que o fim das decisões que estavam a ser tomadas não seria positivo. Fiz a leitura daquele momento, mas muita gente não estava preparada para fazer a mesma leitura ou para fazer a interpretação da minha leitura naquele momento. Foi difícil, de facto. As pessoas caíram sobre mim, mas eu estava consciente do que tinha dito, embora a interpretação até fosse entendida como se fosse ofensa. Não, eu não ofendo ninguém. Não falo de pessoas que não estão no poder. O poder significa defender interesses de todos nós, e nós também defendemos os nossos interesses mesmo fora da estrutura governamental, porque Angola é dos angolanos e os angolanos têm que defender os seus interesses. Não fui bem interpretado, mas acredito que hoje, cada um no seu lugar, e de forma silenciosa, dá-me razão.

Está a dizer que os receios que manifestou na altura concretizaram-se?

É só ver o que é Angola hoje.

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