REGULADOR É QUE ATRIBUI LICENÇA

Unitel à espera do INACOM para operar em 5G

19 May. 2021 Empresas & Negócios

TELECOMUNICAÇÕES. Operadora argumenta que atribuição de licença é condição primeira para a concretização de investimentos.Consultas ocorrem com o regulador, mas ministro afirma que processo está dependente das empresas.

Unitel à espera do INACOM para operar em 5G
D.R

A maior operadora de telefonia do país está somente à espera do ‘sinal verde’ do Instituto Nacional de Telecomunicações (Inacom) para começar a operar em 5G, segundo o seu director-geral, durante um workshop sobre a tecnologia promovido pela empresa, esta segunda-feira.

Miguel Geraldes sublinhou, no entanto, que o regulador estaria mais próximo de viabilizar a tecnologia, sendo que a empresa continua a aguardar por um posicionamento oficial que passe pelo leilão das licenças.

O director-geral da Unitel apontou consultas com o Inacom, destacando que a atribuição da frequência é condição necessária para a realização do investimento. “Não temos investimentos concretizados. Estamos em consulta com Inacom que tem de emitir a frequência de rádio. Não podemos fazer investimento sem saber a frequência que vamos usar”, fundamentou Geraldes, no mesmo dia em que o minstro  das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social, Manuel Homem, atribuía, entretanto, às empresas a responsabilidade para o arranque da tecnologia, em declarações ao ‘Jornal de Angola’.

Antecipando que a implementação da tecnologia deverá ser de forma gradual, a começar pelas zonas urbanas que dispõem de pólos industriais, Miguel Geraldes apontou Luanda, Cabinda, Benguela e Huíla como as províncias prioritárias. A efectivação do 5G, segundo se prevê, deverá proporcionar mais velocidade na internet, reduzir custos com o conceito de network, e permitir poupança no consumo de energia nos smartphones, além de revolucionar o sector económico.

Noutro ângulo, a Unitel reclama dos “elevados custos” na manutenção dos equipamentos, fruto da desvalorização do kwanza. José Mavungo, director de operação e supervisão, enumera outras dificuldades como as vias de acesso e a falta de energia em várias localidades. Dos 44 distritos existentes, não há cobertura de rede no Baia (em Viana) e na Bela Vista (Icolo e Bengo), ambas regiões de Luanda. No entanto, a empresa augura, este ano, efectivar a cobertura, passando a representar um aumento dos actuais 14 mil quilómetros.

Até ao fim do ano, a Unitel pretende ainda disponibilizar o serviço de transferência monetária, o ‘mobile money’, através da Unitel Serviços de Pagamentos Móveis, empresa em que é accionista maioritária. Esta, segundo Miguel Geraldes, vai facilitar a transferência de dinheiro e compra de recarga através do telemóvel.

Para 2022, a operadora espera estabelecer parcerias com instituições bancárias e implementar outras funções, como a compra de bens e serviços a retalhistas, lojistas e a taxistas.

PREÇOS DO EXTERIOR

As ligações de países como a África do Sul, Moçambique e Nigéria custam o equivalente a 195,43 kwanzas por cada 60 segundos. Já quem está na Europa e no Médio Oriente paga 434,29 kwanzas por minuto; das Américas fica por 510, 29 kwanzas e da Ásia e Pacífico, 510,29 kwanzas. O mais caro fica para quem está a bordo de aeronaves e navios, 1.058,57 kwanzas.