ANGOLA GROWING
CINCO MESES DESDE QUE ENTROU NO MERCADO NACIONAL

Utilização dos ‘Union Pay’ abaixo da meta

MULTICAIXA. Cartão chinês de pagamento internacional lançado há cinco meses, no mercado nacional, não está a corresponder às expectativas da Emis. Empresa previa transacções equiparadas à comunidade chinesa no país.

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A Empresa Interbancária de Serviços considera que o volume de transacções com os cartões de Union Pay “está abaixo das expectativas”, visto que, ao contrário da média alcançada de uma operação diária, se esperava por uma taxa de utilização equiparada à comunidade chinesa no país.

A revelação, ao VALOR, é do assessor do conselho de administração da Emis, Duano Silva que, ao comparar o funcionamento do ‘Union Pay’ ao visa e ao mastercard, assinalou que o cartão foi pensado para ajudar principalmente as pessoas que vinham para pouca duração “e que não podiam ter um instrumento de pagamento nosso”.

Duano Silva aponta a crise financeira como uma das causas para o fraco registo de transacções, visto que “foi trazendo menos chineses, o que significa menos gente a usar os cartões”. Como consequência, os resultados ficaram muito abaixo do esperado, com a média mensal a registar apenas 30 transacções. Apesar disso, o responsável acredita que o instrumento “está a fazer o seu percurso natural de conhecimento no mercado”.

Até Julho deste ano, segundo a Câmara de Comércio Angola-China (CCAC), o número de chineses em Angola caiu dos 353 mil para os 73 mil, fuga explicada também pela “violência” de nacionais contra cidadãos daquele país.

Actualmente, todas as máquinas de pagamentos automáticas (ATM) registadas na Emis (cerca de três mil operacionais) aceitam os cartões ‘Union Pay’, meio de pagamento internacional chinês. O mesmo não acontece com os terminais de pagamento automáticos (TPA), que, para a sua utilização, os bancos detentores dessas máquinas precisariam de fazer antes o contrato de parceria, como fez o Banco BAI. “Todos os TPA não, porque isso é uma questão de contratos com os próprios bancos. O ATM, como é um sistema central, o contrato é feito directamente com a Emis. Só os TPA do BAI é que aceitam os cartões da Union Pay”, esclareceu Duano Silva.

Custo do acordo com UPI

Também denominado ‘Union Pay Internacional’(UPI), o produto chegou ao país por via de um acordo entre a Emis e a Union Pay International (UPI), entidade que detém os cartões com os mesmos nomes. Assinou o acordo, pela Emis, o seu PCA José Gualberto de Matos, e, pela UPI, o director da filial africana da Union Pay, Luping Zhang.