Valter Filipe ‘namora’ bancos para equilibrar mercado cambial
REGULAÇÃO. Governador do banco central quer juntar à sua estratégia de estabilização do mercado cambial mais uma nova ‘medida’ e apela aos gestores dos principais bancos angolanos para controlarem venda de divisas, além de solicita apoio da Polícia Nacional.
O Banco Nacional de Angola (BNA) estuda a possibilidade de incluir novos mecanismos de distribuição de divisas ao mercado cambial, num processo que vai integrar 14 dos 28 bancos com actividades iniciadas em Angola, de acordo com um documento da instituição publicado no site.
A estratégia, cujo conteúdo não é descrito na nota do banco central, deve ainda incluir as áreas de mercado dos bancos comerciais, para “repor de forma gradual, programada, organizada e prudente, os recursos externos para todos os sectores da economia”.
Para a concretização do projecto, o BNA reuniu recentemente com a Associação dos Bancos de Angola (ABANC) e com os presidentes e representantes dos conselhos de administração de 14 bancos.
Da lista de entidades bancárias que reuniram com Valter Filipe está o Keve, BAI, BFA, BCI, BNI, BPC, BIC, Caixa Angola, Banco Sol, Banco Económico, Standard Charter, Atlântico, Pungo Andongo, Finibanco e o Banco de Crédito do Sul, com objectivo de “partilhar informação sobre os desafios do sistema financeiro angolano”.
Contactado pelo VALOR sobre a finalidade das novas medidas a serem tomadas para o mercado cambial, fonte oficial do banco central disse que “as reuniões continuam” e que “não há ainda decisão concluída”.
Aos bancos comerciais, o governador impôs o cumprimento dos destinos que cada entidade deve dar aos recursos absorvidos dos leilões semanais do BNA.
Para cada sessão de venda de divisas, o Banco Nacional de Angola “irá informar, com carácter de cumprimento obrigatório pelos bancos comerciais, a finalidade das operações cambiais a serem executadas com os recursos adquiridos”, lê-se no primeiro comunicado assinado por Valter Filipe.
De acordo com o banco central, o objectivo era “permitir a canalização dos recursos disponíveis às necessidades e sectores definidos como prioritários pelo Executivo”, face ao actual quadro de escassez de recursos em moeda estrangeira.
POLÍCIA ACTUA
Entre as várias medidas tomadas pelo BNA inclui-se a que envolve a polícia no controlo de venda de divisas no mercado informal. A medida que surge também dentro do consulado de Valter Filipe visa responsabilizar os agentes facilitadores da venda ilegal de moeda estrangeira.
O Comité de Política Monetária (CPM) do Banco Nacional de Angola recomendou “às autoridades competentes maior controlo e responsabilização dos agentes promotores do mercado informal de moeda estrangeira”, apelando, ao mesmo tempo, para que a supervisão do banco central seja “mais atuante e enérgica na preservação da ética e cumprimento das normas do sistema financeiro”.
“Face à escassez de divisas que se observa na economia, os bancos comerciais devem fazer uma afetação criteriosa dos escassos recursos disponíveis de maneira a contribuírem para a satisfação das necessidades essenciais da população, dentro das prioridades definidas pelo Executivo”, lê-se no comunicado, datado de 17 de Maio.
Actualmente, a nota de 100 dólares no mercado oficial de divisas está a ser comercializada nos 16.670 kwanzas, sendo que, no mercado paralelo de câmbio, a mesma nota é revendida a preços diferentes, com variações que vão dos 55.000 kwanzas a 65.000 kwanzas.
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