Venda de jornais em ‘queda livre’ há quase uma década
Imprensa. Compra-se cada vez menos os jornais. Os poucos leitores mudaram-se. Vendedores sentem-se cada vez mais esquecidos. Uns culpam a falta de interesse, outros apontam para a internet, como causadora da queda de vendas.
Na capital, propriamente, no casco urbano da cidade, até 2017, era comum verificar-se abundantemente, seja em quiosques ou de forma ambulante, a venda de jornais de órgãos privados ou públicos.
A importância desse trabalho começou a diminuir drasticamente devido ao avanço da tecnologia digital, que foi surgindo nos finais da década de 2000 e no inicio da década de 2010, provocando, assim, mudanças no comportamento dos leitores, que viam nos jornais impressos a principal fonte de informação.
Celestino da Silva Hebo, um veterano na venda de jornais desde 2006, quando começou a ser ardina ainda sentia ter um negócio promissor. “Naqueles dias, o acesso à internet era limitado e os jornais eram a principal fonte de informação”. Por isso, chegava a vender entre 100 e 150 jornais privados aos sábados e um número semelhante do Jornal de Angola, diariamente.
Naquela altura, o ardina conseguia levar para casa, pelo menos, 50 mil kwanzas semanais. Quando associado o lucro com os muitos jornais privados que existiam, às vezes, arrecadava até 100 mil kwanzas. Hoje, o cenário está muito diferente. Celestino Hebo viu-se obrigado a diminuir significativamente o número de jornais que coloca à disposição de clientes. “Só vendemos cerca de 25 jornais públicos e quatro ou cinco privados, de dois órgãos que ainda imprimem. O meu rendimento caiu para 10 a 15 mil kwanzas e o trabalho está muito mais difícil”.
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