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'Fast food’ nos bairros de Luanda

Vendas quedam até 80%

08 Jul. 2020 (In) Formalizando

COMÉRCIO. Com receios de contaminação por parte dos consumidores, os dias dos pequenos vendedores de ‘comida rápida’ não estão fáceis em Luanda. Esperança está na evolução positiva da pandemia.

Vendas quedam até 80%
D.R

Pequenos comerciantes de bebidas e ‘fast food’, em Luanda, queixam-se de quedas “drásticas” na facturação, superando em alguns casos os 65%, como consequência da baixa da procura precipitada pela pandemia da covid-19.

Mais do que a quebra do poder de compra, explicam vários comerciantes ao VALOR, o principal motivo da redução da procura são os receios de contaminação, apesar das garantias dos vendedores quanto à observação das medidas de segurança.

No Kilamba Kiaxi, Guilhermina Campos, vendedora de ‘fast food’ e bebidas, avalia a baixa diária da facturação entre os 50% e os 66%. Ou seja, ao contrário dos 60 mil kwanzas anteriores à pandemia, actualmente as recitas ficam-se por entre 20 e 30 mil kwanzas, o que já a levou a despedir um dos três funcionários. “Está difícil, a facturação caiu significativamente por falta de clientes, dificulta o pagamento de salário, de fornecedores e a manutenção do estabelecimento”, descreve, admitindo a hipótese de desistir do negócio.

O cenário repete-se em Joveth Delgado, no Calemba 2, também vendedor de bebidas. Contra 200 mil kwanzas de receitas médias semanais, a facturação despencou 50% para 100 mil kwanzas. E foi forçado a fornecer produtos com preços mais baixos.

Para Alberto Martins, em Viana, a situação é mais “grave”, já que as vendas quedaram quase 78%. “Se antes conseguia facturar, durante a semana 70 mil kwanzas, hoje estou em torno dos 15 a 20 mil kwanzas”, conta o jovem vendedor que teve de dispensar a funcionária a quem pagava 25 mil kwanzas por mês.

 Quedas “menos graves” regista a roulotte ‘Kikuia’, já que a as receitas diárias recuaram ‘apenas’ 25% para os 150 mil kwanzas. Joel, um dos responsáveis, atribui a situação sobretudo ao cancelamento indefinido das aulas e à reabertura de algumas empresas nas proximidades. 

Para todos, a esperança em dias melhores está na evolução da pandemia. “voltaremos à alta facturação caso a pandemia não se agrave pelo país”, acredita o responsável da ‘Kikuia’.