DIVERSIFICAÇÃO DA PRODUÇÃO EM VISTA

Vidrul investe 40 milhões de dólares em nova linha

INDÚSTRIA. Investimento permite criação de mais 70 novos empregos, numa altura em que a direcção da fábrica projecta mais vendas para mercados externos.

A fábrica de garrafas Vidrul, em Luanda, vai investir, no próximo ano, cerca de 40 milhões de dólares na instalação de uma nova linha de produção, antecipou ao VALOR o director-geral da unidade, Carlos Martins. Com a materialização do projecto, a Vidrul passará a produzir, em 2017, frascos de vidro, e espera aumentar a produção de garrafas, hoje fixada em 160 toneladas por dia.

Com as vendas a atingirem as 45 mil toneladas, o volume de negócios ronda actualmente os 50 milhões de dólares ao ano, sendo que 75% das garrafas produzidas são compradas pelas cervejeiras angolanas do grupo Castel. Os restantes 25% são exportados para, pelo menos, 15 países africanos, mercados que serão o principal destino dos frascos que serão produzidos a partir do próximo ano.

A Vidrul, que conta com 320 funcionários, é a única empresa produtora de garrafas em Angola, mas, nos países africanos para onde exporta, “a concorrência é renhida”, o que a obriga, às vezes, a empresa a baixar os preços dos produtos para conseguir espaços naqueles mercados.

As garrafas angolanas, por exemplo, ainda não entram no mercado sul-africano “por ser mais exigente em termos de qualidade”, como reconheceu o gestor da Vidrul, que garante que os próximos desafios da empresa passam também pela comercialização dos seus produtos na África do Sul. “É uma obrigatoriedade termos de vender também fora de Angola, principalmente aí, onde fazem vasilhames top de gama”.

Carlos Martins, que considerou alto o custo de produção, avançou que a crise financeira vem afectando a empresa apenas desde o ano passado, quando começaram a ter dificuldades em obter divisas para pagamentos aos fornecedores externos. Quanto à comercialização dos produtos, a Vidrul “não se ressentiu de qualquer impacto da crise”.

Com o novo investimento, a fábrica espera criar pelo menos 70 novos postos de trabalho, sendo maioritariamente técnicos de nível superior. “Estamos a ir às universidades contratar jovens recém-formados, nas áreas de engenharia, como electricidade e química”, informa o gestor, indicando não ser fácil. “No nosso país, os jovens pensam que só as petrolíferas dão conforto, mas nós também temos uma carreira aliciante para lhes oferecer. É possível as pessoas virem para o vidro e serem felizes”, desperta Carlos Martins.