Zaire à espera de unidades industriais de referência
OPORTUNIDADES. Constrangimentos que empatavam o desenvolvimento da indústria, no Zaire, ficaram ultrapassados com a melhoria das vias de acesso e da energia eléctrica. Director provincial da Indústria e da Geologia e Minas diz que há várias oportunidades de investimento.
A província do Zaire ressente-se actualmente da ausência de unidades industriais de referência, situação explicada pela escassez de infra-estruturas básicas há, pelo menos, sete anos, avalia o responsável da Indústria e da Geologia e Minas para quem “o problema de estradas e energia já está, entretanto, resolvido”.
Para Adão Sofia, em declarações ao VALOR, é também pela insuficiência de infra-estruturas que se esclarece o baixo nível de arrecadação de receitas na província, sendo que, em 2016, os números foram bastante “irrisórios”, apesar da contribuição do sector de geologia e minas. Sem avançar os valores do ano passado, o responsável indicou que, em 2015, o sector arrecadou 184,8 mil kwanzas, por via de emissão de licenças, certificados e pagamento de impostos pelas unidades fabris. Actualmente, no Zaire estão registadas 381 unidades industriais, de pequeno e médio portes, 83 das quais trabalham com alvará e 98 com declarações. No total empregam 1.761 trabalhadores.
A província é considerada uma potência geológico-mineira e, após a visita do governador provincial, Joanes André, à China, no ano passado, várias empresas chinesas perfilavam-se com projectos para a exploração de asfalto e rochas ornamentais, sobretudo no Nzeto e Tomboco.
Adão Sofia apontou, no entanto, outras áreas solicitadas por outros empresários, como são as de produção de sumos, doces e outros derivados de frutas, mas também as de panificação, tratamento de sucutas, água mineral, fábrica de chapas e fabricação de cimento.
O responsável da Indústria e da Geologia e Minas garante que, em termos de infra-estruturas, hoje “o quadro mudou”, estando a decorrer a electrificação dos municípios, além de estar prevista, para breve, a entrada do Ciclo Combinado do Soyo. “As estradas são mais acessíveis se comparadas com as de 2009”, considerou.
Um parque para as pequenas indústrias está a ser também construído e estão já terraplanados três hectares. Na primeira fase, de acordo com o responsável da Indústria e da Geologia e Minas, serão montados, no espaço, indústria de rações, moagens, oficina-auto e equipamentos agrícolas.
REFINARIA DO SOYO EM ESTUDO
O processo de instalação de uma refinaria no Soyo, uma iniciativa anunciada em 2010, está outra vez a ser estudado por uma equipa multissectorial, composta pelos Ministérios das Finanças, dos Petróleos e pela Sonanagol, que vai elaborar o estudo de viabilidade económica, até ao fim deste mês.
Em 2015, foi anunciada a colocação da primeira pedra das obras de construção da refinaria do Soyo, com a previsão, na altura, de entrada em funcionamento a partir 2017, processando 110 mil barris de petróleo por dia. Adão Sofia espera também que o projecto Angola LNG promova o surgimento de médias e pequenas indústrias de serviço, como as de fertilizantes e de petroquímica.
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