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Os representantes dos bancos centrais dos países lusófonos reúnem-se a partir de hoje (19) e até sexta-feira (21) em Maputo, Moçambique, para avaliar riscos comuns e estudar formas de cooperação, anunciou o banco anfitrião do encontro.

 

O Banco Nacional de Angola (BNA) anunciou na terça-feira (18) que vai deixar de proceder à venda directa de divisas, a partir de 1 de Outubro, pelo que as solicitações de compra de moeda estrangeira voltarão a ser unicamente apresentadas a instituições financeiras autorizadas a exercer o comércio de câmbios pelo banco central.

 

O Presidente da República afirmou hoje (18) que os investimentos directos portugueses em todos os sectores em Angola são "bem-vindos" e que Portugal pode assumir um papel relevante no desenvolvimento dos dois países.

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Ao intervir antes do início de um encontro a sós com o primeiro-ministro português, António Costa, que cumpre hoje o segundo e último dia da visita de trabalho a Angola, João Lourenço disse que os investimentos na indústria transformadora, com base em matérias-primas e em materiais locais, a agricultura e a agro-indústria são fundamentais para o mercado interno e para as exportações angolanas.

"Vemos com bons olhos a implantação de pequenas e médias empresas portuguesas no mercado angolano, dentro de uma lógica em que se estabeleçam no nosso país para produzir riqueza que resulte em benefícios importantes para ambos", destacou João Lourenço.

Nesse sentido, o chefe de Estado, a dirigir-se a António Costa, encorajou-o a sensibilizar os investidores portugueses para aceitarem o desafio, "criando-lhes facilidades por via de linhas de crédito que os ajudariam a realizar negócios em Angola".

"Do nosso lado, estamos a fazer uma aposta decidida na criação de um ambiente de negócios seguro e atractivo, no âmbito do qual os investidores deixam de se confrontar com obstruções resultantes de procedimentos exageradamente burocráticos para estabelecerem uma empresa ou negócio em Angola", sublinhou.

Para João Lourenço, há que ter em conta que, para todos esses objectivos, que "prevaleçam sempre o bom senso, pragmatismo e sentido de Estado", para que as relações entre os dois países saiam "continuamente robustecidas" e possam fazer face, "e vencer" as "visões pessimistas" que, de quando sem quando, se procuram afirmar.

"Encorajo, pois, a mantermos uma linha de diálogo permanente entre nós", recomendou. Segundo João Lourenço, os acordos que serão assinados entre os dois países, com realce para o programa Estratégico de Cooperação 2018/2022 e a Convenção para eliminar a Dupla Tributação em matéria de impostos e prevenir a fraude e a evasão fiscais, "vão dar certamente solidez e substância" à visita de António Costa.

"Espero que estes instrumentos ajudem a criar sinergias que nos conduzam ao pragmatismo na realização de todos os actos que dão sustentação às relações de cooperação" entre os dois países, frisou.

"Há entre Angola e Portugal uma relação entre dois Estados independentes e soberanos, que respeitam e cujos Governos têm a responsabilidade de traçar políticas que garantam uma cooperação sólida em variados domínios e o estreitamento dos laços de amizade e de cooperação económica", lembrou. Segundo João Lourenço, Luanda tem consciência de que se "impõe a necessidades de se transformar os vastos recursos de que Angola dispõe em "riqueza real", para se garantir o progresso e a melhoria significativa das condições de vida das populações.

Na intervenção, João Lourenço destacou também que Angola e Portugal, na qualidade de membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), têm procurado em conjunto "desempenhar um papel que contribua para a estabilidade, paz e segurança global".

Recorda-se que João Lourenço tem agendada uma visita oficial a Portugal, em Novembro deste ano.

Angola e Moçambique são os dois países da África subsariana que mais investimento em activos fixos vão receber até 2025, num total de 12,8 mil milhões de dólares, segundo a consultora Global Data.

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De acordo com um relatório desta consultora, que é citado no site especializado 'Marketscreener', a Nigéria vai receber 17,3 mil milhões de dólares, ao passo que Moçambique será o receptor de 7,7 mil milhões em investimentos e Angola receberá 5,1 mil milhões entre este ano até 2025.

"Na África subsariana, a Nigéria lidera os investimentos em 'Capex' [investimento em ativos imóveis], com dez projectos de petróleo e gás e deverem começar a operar entre 2018 e 2025, seguido de Moçambique, com dois projectos", lê-se no artigo que cita um relatório desta consultora analítica de dados.

"A produção total de crude dos projetos anunciados e planeados na África subsariana deve chegar aos 2 milhões de barris diários em 2025 e a produção de gás deve atingir os 8,1 mil milhões de pés cúbicos por dia", disse o analista Joseph Gatdula, citado no artigo.

No total, o Estado e as empresas devem investir 40,7 mil milhões de dólares no desenvolvimento dos projectos planeados em despesas de investimento em activos fixos, num total de 117,1 mil milhões de dólares.