Angola obteve um índice de desenvolvimento humano (IDH) de 0,581, que coloca o país na categoria de ‘desenvolvimento médio’, no relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), com dados relativos a 2017.
Angola está na posição 147 de 189, com IDH a crescer todos os anos.
Este ano, as categorias foram alteradas e fazem parte da categoria média os países com IDH entre 0,550 e 0,699, o que dá um total de 39 países na categoria, entre os quais cinco países de língua portuguesa.
“Falando de países de língua portuguesa, têm um bom exemplo de Angola, que aumentou e está no desenvolvimento médio”, disse à Lusa Milorad Kovacevic, chefe de estatística do relatório, na apresentação do documento em, Nova Iorque.
“O impacto dos dados e da frequência com que as estatísticas nacionais são actualizadas pelos países é grande”, considerou o especialista. Ao obter os censos, “usaram isso de forma esperta e sábia para melhorar as estatísticas que dizem respeito a esperança de vida, educação e outros”, destacou Kovacevic.
Os novos dados foram usados pelo PNUD para calcular de forma mais precisa o IDH angolano.
Os censos em Angola, em 2015, que não existiam depois da independência em 1974, vieram melhorar as estatísticas obtidas e mostrar que o país está em “muito melhor forma e em nível de desenvolvimento melhor do que se acreditava anteriormente”.
Por outro lado, o director do PNUD, Achim Steiner, afirmou que um dos desafios no panorama angolano são as políticas aplicadas e a distribuição dos rendimentos.
O administrador comparou Angola a Cabo Verde, países com rendimentos per capita similares: 5.790 dólares em Angola e 5.983 em Cabo Verde, mas com uma diferença de 22 lugares no ‘ranking’ (Cabo Verde está em 125.º).
Num índice de percepção de bem-estar, com valores de 0 a 10, a população angolana obteve 3,8 pontos na escala de satisfação. Apenas 29% dos angolanos se consideram satisfeitos com a qualidade dos cuidados de saúde prestados.
A nível de saúde, os angolanos têm uma esperança média de vida de 61,8 anos, enquanto Cabo Verde conta com uma esperança média de vida de 73 anos.
A taxa de desemprego é de 8,2% e desde 2010, Angola tem sofrido uma grande inflação nos preços, que aumentaram 2,81 vezes. A taxa de fertilidade é de 5,6 filhos por mulher. Entre os indicadores socioeconómicos, as poupanças líquidas ajustadas são as segundas mais negativas do mundo: menos 38,4% do Produto Interno Bruto, a maior taxa do mundo depois da Libéria (de -39,3%), que é o oitavo país menos desenvolvido.
Esta taxa é uma diferença entre o Produto Interno Bruto (PIB), consumo, gastos com a educação, distribuição de recursos naturais e outros factores. A título de comparação, o país mais desenvolvido do mundo, Noruega, tem uma taxa de 15,8% positivos.
De acordo com o relatório, a Noruega, com um índice de 0,953 valores, é o país mais desenvolvido do mundo, enquanto o Níger, com 0,354 valores, o menos desenvolvido.O índice máximo atribuível é de 1,0 valores.
“A Sonangol competia só com as empresas estrangeiras. Agora está a competir...