PGR apreende edifícios comprados pelo Estado
A Procuradoria Geral da República (PGR) apreendeu todos os edifícios da Seguradora AAA, liderada por Carlos São Vicente. Mas parte deles tem sido adquirida pelo Estado.
O Cofre Geral da Justiça foi designado pelo Serviço Nacional de Recuperação de Activos da PGR como o fiel depositário dos edifícios apreendidos e dos hotéis da empresa AAA, todos localizados em território nacional.
A apreensão foi provocada pelas suspeitas de peculato e branqueamento de capitais que envolvem o empresário angolano Carlos São Vicente, que está a ser investigado na Suíça.
Segundo um comunicado do Serviço Nacional de Recuperação Activos, foram apreendidos os edifícios AAA, os hotéis IU e IKA o edifício IRCA, localizado na Rua Amílcar Cabral, em Luanda.
A PGR justifica a apreensão com indícios da prática de crimes de peculato, participação económica em negócio, tráfico de influência e branqueamento de capitais.
Um dos edifícios apreendidos já foi alvo de uma compra pelo Estado. De acordo com um despacho presidencial, de 15 de Março de 2018, o edifício-sede da Seguradora foi comprado para alojar a PGR, precisamente a entidade que agora apreende as instalações.
Já em Janeiro desse ano, o ministro da Justiça e Direitos Humanos anunciava a aquisição de 22 edifícios da Seguradora AAA, que construiu, em todo o país, antes do declínio financeiro. Francisco Queiroz justificava a compra com a necessidade de alojar os tribunais provinciais, mas que o processo iria acontecer "paulatinamente" e "à medida dos recursos disponíveis".
Carlos São Vicente enfrenta um processo na Suíça, depois das autoridades daquele país terem congelado contas em seu nome de 900 milhões de dólares.
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