Privatização parcial da Sonangol pode render até 8,1 mil milhões de dólares
A dispersão em bolsa de 30% do capital da Sonangol pode render aos cofres do Estado até 8,1 mil milhões de dólares, segundo estimativas apresentadas hoje na sessão comemorativa do 45.º aniversário da petrolífera.
Angola decidiu alienar até 30% do capital da petrolífera nacional através de uma oferta pública internacional durante o ano de 2022, tendo iniciado já os trabalhos preparatórios para o processo.
O administrador da Sonangol Baltazar Miguel indicou que a petrolífera tem feito internamente algumas estimativas da valorização da empresa que apontam para um intervalo entre 21,8 mil milhões de dólares e 27 mil milhões dólares, o que tendo em conta a venda dos 30% previstos seria equivalente a um valor entre 6,5 e 8,1 mil milhões de dólares.
Baltazar Miguel adiantou que os trabalhos de preparação deste processo já tiveram início, tendo sido contratada para o efeito a consultora Ernst&Young, e a primeira reunião aconteceu a 18 de fevereiro.
Na sessão de hoje foi feito igualmente um balanço sobre o desempenho da Sonangol em 2020, incluindo a implementação do Programa de Privatizações.
Segundo o presidente do Conselho de Administração, Gaspar Martins, foram negociados nove activos e concluídos três processos.
Os processos eram relativos a três ativos imobiliários em Portugal: um edifício na Avenida da República, em Lisboa, o antigo Convento de Brancanes, em Setúbal, e a Quinta do Lazareto, em Almada.
Estão ainda em processo de alienação os interesses participativos em 34 empresas.
Gaspar Martins reafirmou a intenção de desinvestir nas áreas não nucleares, apesar do percurso não ser linear para “contornar as dificuldades”.
“A Sonangol não perdeu, do ponto de vista estratégico, a intenção de se desfazer de negócios não nucleares, o que não quer dizer que, para se desfazer desses negócios não nucleares, não tenha de percorrer algum percurso que muitas vezes até implica entrar inicialmente, mas não perdeu esse objectivo de alienação”, sublinhou.
O responsável adiantou que isso é o que está a acontecer a nível do Banco Económico – onde a Sonangol aumentou a participação, depois de ficar com os 30,98% da Lektron Capital, do ex-presidente da Sonagol, Manuel Vicente, e do general Kopelipa – e da actividade de telecomunicações – relativa à Unitel, empresa fundada por Isabel dos Santos que a Sonangol passou a controlar no ano passado.
“Quem no fundo acaba por ter poder sobre o judicial...