Standard Bank alerta que política monetária de Angola é “insuficientemente apertada”
O Standard Bank considera que a política monetária de Angola é “insuficientemente apertada, com elevado crescimento da massa monetária em moeda nacional e taxas de juro reais negativas”.
De acordo com o economista chefe da instituição para Angola, Moçambique e RD Congo, Fáusio Mussa, a oferta de moeda externa é “muito inferior” à do ano passado e à de 2022. O alerta é uma das principais conclusões da equipa de ‘research do Standard Bank’, que apresentou, em Luanda, o primeiro ‘Briefing Económico de 2024’. “Para este ano a previsão é de uma oferta mensal de 600 milhões de dólares. No ano passado, tivemos 821 milhões de dólares, o que representou uma queda de 37% face a 2022”.
Fáusio Mussá salienta, no entanto, um “aspecto positivo da gestão macroeconómica”, que passa pelas “reservas internacionais para oito meses de cobertura. “Em média, os países africanos não conseguem ter quatro meses de cobertura. Angola tem o dobro, o que é positivo”, entende o economista.
O economista alerta ainda que Angola regista uma grande desaceleração no investimento directo estrangeiro e que apesar das reformas terem ajudado a tornar o quadro regulamentar mais interessante para o sector petrolífero há “alguma inconsistência de políticas”.
Diferente das previsões do Governo e do FMI que apontam para um crescimento da economia do país a rondar os 2%, o Standard Bank é mais modesto e prevê um crescimento de apenas 1,1%. “Em média o mundo vai continuar a crescer e isso é importante para Angola, dado que este País está muito sujeito à volatilidade do preço do petróleo, e se houvesse uma recessão mundial, o preço do petróleo iria colapsar. A perspectiva de crescimento da economia mundial é encorajadora, pois Angola precisa que o preço do petróleo se mantenha nos actuais níveis”.
“A Sonangol competia só com as empresas estrangeiras. Agora está a competir...