O controlo interno é o conjunto de políticas, processos, comportamentos e de outros aspectos de uma organização, desenhados por forma a fornecer segurança acerca do cumprimento de determinados objectivos, tais como a eficácia e eficiência das operações, a fiabilidade do relato financeiro e o cumprimento de leis e regulamentos.
Embora de extrema importância, vemos frequentemente subestimada a relevância que o controlo interno tem nas organizações. Embora os desafios da regulação por vezes determinem exigências formais ao nível da implementação de sistemas de controlo interno ou funções de compliance e auditoria interna, é importante reconhecer que são sobretudo os desafios como a concorrência e a inovação, entre outros, que tornam imprescindível que os sistemas de controlo interno contemplem processos e sistemas de TI ajustados à realidade dinâmica das organizações, bem como a implementação de ferramentas capazes de capturar, tratar e sumarizar dados com fiabilidade, de modo a mitigar riscos, identificar oportunidades e tomar decisões. Assim, constatamos que o controlo interno é, sobretudo, uma ferramenta de gestão. Naturalmente que uma das questões a colocar por alguns gestores poderá ser: quanto custa implementar e manter um sistema de controlo interno efectivo? As respostas podem variar conforme a dimensão e a complexidade da organização, mas um aspecto que frequentemente se vê desvalorizado é o custo de não assegurar o funcionamento tal sistema de controlo interno. Efectivamente, afigura-se necessário colocar questões como: quanto podem custar eventos de fraude não detectados e que se podem perpetuar durante longos períodos de tempo? Qual pode ser o custo de um relato financeiro sem fiabilidade ou tardio no que concerne à exposição da organização e da sua gestão perante accionistas, financiadores, reguladores e outros ‘stakeholders’? E quanto custam decisões erradas ou tardias causadas por informação deficiente ou intempestiva?
Embora as questões enunciadas não sejam susceptíveis de respostas finais e absolutas, pois a realidade de cada organização será distinta, é importante reconhecer que o binómio custo/benefício associado a qualquer sistema de controlo interno deve ser avaliado, mas sem nunca perder de vista que assegurar a existência de sistemas de controlo interno ajustados à realidade das organizações é determinante para o cumprimento dos objectivos das mesmas e, em ultima instância, para o seu sucesso.
JLo do lado errado da história