A fome e os capturadores do Estado

11 Dec. 2024 Editorial

“Em qualquer sociedade onde o Estado é o grupo que capturou o poder, a sociedade não vive bem. Essa é a realidade que temos em Angola.” A frase não é nossa. É do reverendo Daniel Ntoni-a-Nzinga, conhecido lutador pelas causas essenciais do país e intransigente defensor da justiça. Disse-a a propósito de uma reflexão aturada sobre as causas profundas da pobreza, da miséria e da fome, na grande entrevista desta semana do Valor Económico. O revendo não tem dúvidas. Todos os argumentos que tentam explicar a fome que envergonha os angolanos com sensibilidade e decência desaguam numa questão central. O Estado está capturado por um grupo bem identificado. E não há Estado capturado que trabalhe para e pela população. Quando é assim, na verdade, os papéis invertem-se. É a população que trabalha para os capturadores do Estado. Colocar o pensamento a este nível é qualquer coisa a que se chama lucidez e tudo o resto que se aproxime do patriotismo e da honradez. Abordar as causas últimas da fome e da miséria sem associá-las de forma íntima à natureza do regime, no nosso caso, é manipulação grosseira, é ignorância pura, é batota deslavada.

A fome e os capturadores do Estado

“Em qualquer sociedade onde o Estado é o grupo que capturou o poder, a sociedade não vive bem. Essa é a realidade que temos em Angola.” A frase não é nossa. É do reverendo Daniel Ntoni-a-Nzinga, conhecido lutador pelas causas essenciais do país e intransigente defensor da justiça. Disse-a a propósito de uma reflexão aturada sobre as causas profundas da pobreza, da miséria e da fome, na grande entrevista desta semana do Valor Económico. O revendo não tem dúvidas. Todos os argumentos que tentam explicar a fome que envergonha os angolanos com sensibilidade e decência desaguam numa questão central. O Estado está capturado por um grupo bem identificado. E não há Estado capturado que trabalhe para e pela população. Quando é assim, na verdade, os papéis invertem-se. É a população que trabalha para os capturadores do Estado. Colocar o pensamento a este nível é qualquer coisa a que se chama lucidez e tudo o resto que se aproxime do patriotismo e da honradez. Abordar as causas últimas da fome e da miséria sem associá-las de forma íntima à natureza do regime, no nosso caso, é manipulação grosseira, é ignorância pura, é batota deslavada.

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