PREVISÃO DA OXFORD ECONOMICS PARA 2025

Crescimento económico angolano abranda para 2,9%

A consultora Oxford Economics prevê que o crescimento economia angolana vai abrandar para 2,9% este ano, devido a um desempenho “modesto” dos sectores petrolífero e diamantífero.

Crescimento económico  angolano abranda para 2,9%

Os dados do Instituto Nacional de Estatísticas (INE) declaram um crescimento de 4,4% no ano passado, ligeiramente abaixo da previsão da Oxford Economics, que esperava um crescimento de 4,5%, e surgem dias depois de o Fundo Monetário Internacional (FMI) ter concluído uma avaliação da economia do país, ao abrigo do artigo quarto, nos termos do qual se procede à análise anual às economias dos países membros.

O FMI, num relatório de avaliação divulgado na passada quinta-feira, 6, afirma que a situação orçamental ficou “mais frágil”, apesar da diminuição da dívida pública para 64% do PIB em 2024 e o aumento de 20% nas receitas petrolíferas, devido ao fraco desempenho das receitas não petrolíferas, derrapagens nas despesas de capital e uma reforma mais lenta dos subsídios aos combustíveis que conduziram a um déficit orçamental global de 1% do PIB, em comparação com um excedente de 1,3% do em 2023.

“Antecipamos que a economia angolana vá abrandar em 2025 devido a uma expansão mais lenta nos sectores petrolíferos e diamantíferos”, escrevem os analistas do departamento africano desta consultora britânica, num comentário enviado aos clientes, citado pela Lusa. O FMI realça também que a economia angolana recuperou em 2024 para 3,8%, contra 1% em 2023, o que diverge dos números do INE, que apontam para um crescimento de 4,4%, mas nota que a dependência do petróleo continua a pesar no crescimento de médio prazo, tendo em conta a volatilidade dos preços e da produção desta matéria-prima, que representa 95% das exportações e 60% das receitas fiscais.

De acordo com a Folha de Informação Rápida do INE, relativa às contas do quarto trimestre, esta variação positiva é atribuída fundamentalmente às actividades de extração de diamantes, minerais metálicos e outros (44,8%); transportes e armazenagem (10,4%); pesca (12,2%); electricidade e água (6,5%); comércio (4,6%); outros serviços (4,9%); administração pública, defesa e segurança social obrigatória (4,3%), agropecuária (3,5%) e extração e refinação de petróleo (2,8%).

As actividades que mais contribuíram, em termos de participação, e constituíram factores importantes para o desempenho da actividade no PIB do quarto trimestre de 2024 foram extração e refinação do petróleo bruto e gás natural com 23,8%; comércio com 22,1%; seguida da produtos da indústria transformadora com 10,6%, agropecuária e silvicultura com 9,1%; pesca com 8,4 % e outros serviços com 8,2%.