E agora pergunto eu...
Seja bem-vindo querido leitor a este seu espaço onde perguntar não ofende, no final de uma semana em que a actualidade internacional foi marcada pela expansão da operação militar de Israel em Gaza que adicionou pelo menos mais seiscentos e vinte e nove corpos à contagem de mortos que já beira os 62 mil. A história de uma médica de serviço que viu chegar os corpos de nove dos seus filhos e o marido em risco de vida foi uma das histórias mediáticas particularmente condoídas.

A marcar a actualidade estiveram também os resultados das eleições em Portugal em que apesar de não ser governo o sucesso do Chega, partido de extrema direita, aquela gente que não quer estrangeiros e puxa para outros populismos, foi a grande notícia da noite eleitoral e a marcar a actualidade esteve também o outro governo anti estrangeiro com a reunião sui generis entre Trump e o presidente sul africano Cyril Ramaphosa na Sala Oval. Este tema é curioso porque acaba tocando tanto nas questões raciais que tiveram influência nos resultados do Chega em Portugal como no genocídio que Israel cada vez mais indisfarçadamente leva a cabo em Gaza. Por outro lado, a tensão entre Ramaphosa e Trump toca no tema da desinformação que também é relevante entre nós particularmente desde a apresentação da proposta de lei para as fake news, sendo que as fake news são também instrumentos de que se servem os movimentos populistas, sejam pretos ou brancos, para polarizar e capitalizar no voto emocionado, desinformado.
A descrição que o New York times faz da reunião é quase hilária não tivesse o assunto repercussões tão sérias e o culminar de um escalar de desaires diplomáticos que incluíram a expulsão do embaixador sul africano dos EUA e a chegada do primeiro grupo de refugiados sul africanos aos EUA, num contexto em que todos os outros países com refugiados como o Sudão, como o Afeganistão (onde os EUA patrocinaram uma guerra de mais de vinte anos), são recusados.
Na reunião com Ramaphosa o anfitrião pôs um vídeo com Julius Malema - que aliás sugeriu que devia ser preso - a cantar ‘Kill the bóer’ - que se traduz em matar o bóer (os fazendeiros brancos que continuam a ser donos da maioria da terra arável na África-do-Sul), tudo para provar que a minoria branca é perseguida na África do Sul. Abanou papéis com fotos e reportes sobre o assassinato de fazendeiros brancos para justificar a abertura de canais para oferta de asilo nos EUA. Julius Malema, que não perde uma, foi rápido a reagir: - “um grupo de homens mais velhos reuniu-se em Washington para falar mal de mim. Não há provas de um genocídio branco. Não concordaremos em comprometer os nossos princípios políticos sobre a expropriação de terras sem compensação por conveniência política.”
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