PATRÕES EMPOBRECIDOS E EXPLORADOS
O ‘estrondo’, a curiosidade e a revolta que a frase do Presidente da República “o povo é o meu patrão” provocou espelha bem o estado de pobreza a que sujeita a maioria esmagadora dos angolanos. Esta frase, que se pode equiparar a outras como “o verdadeiro dono do poder é o povo”, não passa de um chavão muitas vezes rebuscado por governantes, sobretudo os que sentem e têm necessidade de convencer o povo de que continuam a estar no centro das decisões. Ainda assim, nem todos deveriam sentir-se com legitimidade para fazer uso destes chavões.

As dificuldades por que passa grande parte das famílias angolanas, das quais inúmeras dependem do lixo para enganar a fome, deveriam inibir João Lourenço de rebuscar “o povo é o meu patrão”. Ao fazer recurso dessa frase, o Presidente da República colocou-se a jeito para ser acusado de estar a rir-se da pobreza dos angolanos.
Colocados na condição de patrões, os angolanos assemelham-se àqueles patrões que apostaram em negócios que não dominam e, consequentemente, são enganados por aqueles a quem confiaram o negócio. Conhecedores das fragilidades dos patrões, os gestores tomam as rédeas das empresas sem limites.
Os patrões são reduzidos a simples financiadores, são constantemente chamados a fazer aumentos de capital a pretexto de estarem prestes a beneficiar da divisão de lucros que, entretanto, não acontece, porque volta a estar dependente de um novo aumento de capital.
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Viva aos prémios que celebram o que não temos e honram o...