Receitas de exportação registam queda acentuada de quase 41%
Angola registou em 2020 uma queda "bastante acentuada" de cerca de 41% nas receitas de exportação, comparativamente a 2019, mas aumentou os meses de cobertura de reservas para as importações, anunciou hoje o banco central.
O governador do Banco Nacional de Angola (BNA), José de Lima Massano, falava na apresentação das decisões saídas da reunião ordinária do Comité de Política Monetária (CPM), que analisou o comportamento recente dos principais indicadores económicos e decidiu sobre as taxas diretoras para influenciar a estabilidade de preços na economia.
"A solvabilidade e estabilidade externa da economia foi assegurada. Reduziu-se o volume de importações, e faço aqui realce aos bens alimentares, em que desde o início do programa à data de hoje, temos uma queda média na ordem de 40%", referiu.
De acordo com José de Lima Massano, em 2020, em relação a 2019, foi registada uma queda perto de 23% de importação de alimentos, que foram substituídos por produção nacional.
"Nós não tivemos situações alarmantes de escassez de produtos e vemos no nosso dia-a-dia, em casa, temos mais produtos nacionais, procuramos mais produtos nacionais. É um dos benefícios que temos, daqueles que estamos a perseguir, mais produtos nacionais significa valorizar mais aquilo que fazemos, mais postos de trabalho, economia mais competitiva", disse.
José de Lima Massano considerou boas as notícias sobre a moeda angolana, que chegou a estar sobrevalorizada em torno de 70%, mas desde finais de outubro do ano passado até à presente data tem-se mantido estável.
Segundo José de Lima Massano, a sobrevalorização do kwanza causa não apenas uma pressão elevada sobre as reservas internacionais, mas também retirava qualquer sentido à produção nacional, "porque era mais barato importar do que produzir".
O comunicado saído da CPM refere que, no domínio cambial, foi registado o aumento do grau de cobertura das importações de bens e serviços pelas reservas internacionais de 9,3 meses para 12,2 meses, bem como a redução do diferencial entre as taxas de câmbio praticadas nos mercados formal e informal de 22,97%, em 2019, para 14,4%, em 2020.
Foi igualmente eliminada a sobrevalorização artificial do kwanza em relação às moedas dos principais parceiros comerciais de Angola, tendo o hiato da taxa de câmbio real efetiva ficado dentro do equilíbrio, realça igualmente o comunicado.
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