“Este governo fracassou por falta estratégia económica” afirma Bartolomeu Dias
ENTREVISTA. Empresário Bartolomeu Dias considera que, passados 50 anos sobre a proclamação da Independência, o sector empresarial do país é dominado por estrangeiros porque estes têm suporte dos seus países, diferente da banca angolana que não tem condições para suportar a economia. E critica a discriminação do Governo no tratamento dos empresários angolanos, como, por exemplo, no acesso a divísas.

O empresário Bartolomeu Dias considera que o Governo liderado pelo Presidente João Lourenço, eleito em 2017 e reeleito em 2022, fracassou por falta de estratégias económicas, por entender que “não há interesse de potenciar as indústrias”, e porque se deixou de vender divisas para os empresários “não alinhados ao sistema”, condicionando a produção destes.
O empresário, que falava em entrevista à Rádio Essencial, nesta terça-feira (10), conta que, no seu caso em particular, tem as fábricas paralisadas. E revela que, há quatro meses, numa conversa que teve com o ministro de Estado para a Coordenação Económica, José de Lima Massano, lhe foi dito que o país não tinha disponibilidade do valor que precisa para a importação da matéria prima para as suas fábricas, que são perto de 7 milhões de dólares, mas estranha ver outros empresários que continuam a importar entre os quais vários estrangeiros.
“Isso é o que se chama falta de estratégia. Eu, no lugar do Governo, deveria focar-me em ter dinheiro reservado de forma permanente para suportar o sector da indústria porque é o motor de desenvolvimento de um país”, afirma.
Refere ainda que o industrial não pode estar atrás de nenhum ministro a pedir favores para conseguir divísas para as suas unidades, ao mesmo tempo que estranha que sejam priorizadas a importação de carros em detrimento dos industriais.
Bartolomeu Dias, que se notabilizou como empresário desde os anos 90, lembra que anteriormente eram feitos concursos públicos para fornecer certos produtos ao Estado em que cada empresa tinha a oportunidade de fornecer apenas um produto dando espaço a outras empresas, mas lamenta que actualmente, com a preferência por adjudicações directas e as contratações simplificadas, é cortada a possibilidade de outras empresas participarem, apontando a “falta de bom senso” no Governo.
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