Pólos exigem investimentos de 70,6 milhões de dólares
INDÚSTRIA. Depois de vários modelos falhados nos pólos, Governo define a gestão e exploração como a melhor forma de viabilizar os projectos. Vão nascer mais seis parques industriais. Governo conta com a contribuição dos bancos no financiamento.
Um estudo de viabilidade, elaborado pelo Governo, concluiu que os privados vão precisar de 70,6 milhões de dólares para instalar projectos “viáveis” em nove novos pólos industriais, com base no novo modelo de gestão dos espaços.
Elaborado pelo Ministério da Indústria, através do Instituto de Desenvolvimento Industrial de Angola (IDIA), o estudo está a ser distribuído aos bancos para que estes financiem os privados, permitindo que as concessões de terras sejam feitas a investidores com capacidade financeira.
Com as necessidades de divisas estimadas em 18 milhões de dólares, no primeiro ano, e a produção projectada em 100 milhões de toneladas de produtos diversos, o estudo concluiu também que o investimento vai permitir um volume de negócios, ao longo dos cinco anos, de 535,4 milhões de dólares. A taxa interna de rentabilidade é calculada em 22,29% e os resultados líquidos acumulados, em cinco anos, em 61,8 milhões de dólares.
Ao prever a criação de 489 empregos, Luís Ribeiro, director do IDIA, explica as tarefas de cada parte envolvida. “Esse processo é para ser feito pelos privados. A nossa função [Estado] vai ser apenas ajudar na definição dos modelos, obtenção de financiamento e procura de tecnologias.”
O novo modelo “afasta”, segundo Ribeiro, “o problema verificado nos últimos modelos implementados nos pólos industriais em que a maioria dos investidores tinha ideias e estudos”, mas não tinha capital. “Criou-se incapacidade, porque já tínhamos áreas pré-implantadas para receber os projectos e um modelo que parecia viável, mas não tínhamos investidores”, reforçou, durante o fórum de produção nacional, realizado em Luanda.
Nos termos do estudo, o Governo definiu um plano geral em que o IDIA conta com 3.400 hectares de direito de superfície em nove pólos, além dos três já existentes e funcionais, no caso o de Viana, de Catumbela e Fútila. O ministério, além destes, pretende criar mais seis unidades para que se cumpra o projecto de um pólo por província.
O IDIA rebate as críticas, sobretudo de investidores, sobre a criação de novos pólos, quando os activos funcionam de forma ineficiente, defendendo que as unidades “aproveitam os recursos locais” e criam emprego, permitindo que cada província “transforme localmente os seus recursos”.
Com a agro-indústria, a química industrial e a metalurgia definidas como indústrias prioritárias, o VALOR noticiou, em Maio, que o Governo se preparava para rescindir 330 contratos de cedência de lotes de terreno na Catumbela (Benguela) e Viana (Luanda), cujos beneficiários não se instalaram ou estejam inoperantes.
As rescisões iniciaram numa altura em que o Governo havia criado uma comissão encarregada de criar as condições para a abertura de um concurso público, com vista à alienação da gestão e exploração de três pólos industriais, no caso o do Dande (Bengo) e os da Lucala e Massangano (Kwanza-Norte). Além da inventariação de todos os pólos de desenvolvimento industrial, cuja gestão e exploração convinha ao Estado ceder a privados, a comissão foi encarregada da definição dos procedimentos e o cronograma para a realização dos concursos públicos.
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