Teresa Fukiady

Teresa Fukiady

Crime cibernético. Petrolífera foi alvo de um ataque de ‘hackers’ no início do mês. Sistemas informático e de comunicação foram invadidos e extraídos diversos documentos. Fontes na empresa apontam clima de suspeições, enquanto especialista crítica fragilidades na companhia.

Mais de 261 milhões de dólares é o orçamento total que o Sistema das Nações Unidas pretende investir no novo Quadro de Parceria entre a Organização das Nações Unidas e Angola (UNDAF) para o triénio 2020-2022, apresentado, em Luanda, e que começa a ser implementado a 1 de Janeiro do próximo ano. O plano será monitorado pelo Ministério da Economia e Planeamento.

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O documento está dividido em quatro áreas fundamentais, entre as quais, a transformação económica e social, os adolescentes, jovens e empoderamento da mulher, o meio ambiente e resiliência da população vulnerável e a democracia e estabilidade. As áreas do meio ambiente e resiliência da população vulnerável e a da transformação social e económica serão as que mais dinheiros receberão, sendo 87 milhões de dólares e 85 milhões de dólares respectivamente.

De acordo com o coordenador residente das Nações Unidas em Angola, Paollo Balladelli, pretende-se com o novo plano criar uma sinergia entre a parceria da Organização das Nações Unidas (ONU), o Plano Nacional de Desenvolvimento (PND) 2018-2022 e a Agenda 2030 dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável.

Em relação ao Quadro de Parceria 2015-2019, cujo prazo termina em Dezembro, o balanço é positivo, reconhecendo que se registaram progressos a nível social como na saúde e educação. Paollo Balladelli adverte que ainda há muito por fazer. “A avaliação é boa mas também reconhecemos que temos muito o que fazer para que a população possa chegar ao desenvolvimento do sector na Agenda 2030”.

O Quadro de Cooperação entre o Governo de Angola e as Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável é o instrumento principal para o planeamento e implementação das actividades de desenvolvimento das Nações Unidas a nível nacional, em apoio à execução da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável. Fundamentado no empoderamento nacional, o UNDAF está ancorado nas prioridades nacionais de desenvolvimento estabelecidas no Plano de Desenvolvimento Nacional 2018-2022, na Agenda 2030 e nos princípios da Carta da ONU.

O Plano de Desenvolvimento Nacional 2018-2022 constitui o segundo exercício de planeamento de médio prazo realizado no âmbito do Sistema Nacional de Planeamento em vigor, na sequência do Plano Nacional de Desenvolvimento 2013-2017, e visa a promoção do desenvolvimento socioeconómico e territorial do país.

O UNDAF também se enquadra na Agenda 2063 da União Africana que significa o marco estratégico para a transformação socioeconómica do continente nos próximos 50 anos.

 

A Asseco PST (Portuguese Speaking Territories), que se dedica ao desenvolvimento de software para o sector financeirovai apresentar na 10.ª edição da Angotic soluções tecnológicas para a banca digital

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De acordo com Daniel Araújo, CEO da empresa que se assume como “player transversal”, a participação da Asseco PST é uma oportunidade para mostrar um conjunto de aplicações e ferramentas que permitem aos bancos melhorar a qualidade do serviço prestado, facilitar a tomadas de decisões, ampliar a produtividade e fidelizar os seus clientes.

Com uma actividade repartida por oito países em três continentes (África, Europa e Ásia), a Asseco PST tem na sua carteira de clientes mais de 60 bancos, 23 dos quais em Angola, onde marca presença há quase 30 anos.

A Angotic é um evento que se propõe apresentar ferramentas tecnológicas que visam resolver questões de saúde, educação, agricultura, pescas, entre outras questões. Sob lema ‘Fazendo o futuro’, a 10.ª edição do Fórum e Exposição Global de Tecnologia de Informação e da Comunicação (Angotic 2019), decorre entre 18 e 20 deste mês, no Centro de Convenções Talatona (CCTA), e vai prestar especial atenção à tecnologia agrícola.

Durante os três dias, espera-se que sejam feitas apresentações sobre vários temas, como a economia electrónica, a quarta revolução industrial, ciber segurança, ‘smartcities’, ‘fakenews’, ‘big data’, turismo, entre outros.

Este ano, são esperados mais de oito mil individualidades de vários sectores e 200 expositores, incluindo a realização de 54 sessões plenárias e paralelas.No total, prevê-se a participação de 150 oradores e moderadores, e de outras tantas ‘start-ups’.

O estudante angolano Ezequiel Aníbal é um dos integrantes da equipa vencedora do concurso IdeaFEST para a ‘Melhor ideia de Negócio do ano’, da Henley Business School, na Inglaterra. Além do angolano, a equipa é composta pelos estudantes libanês Amer Nahouli e a suíça Debby Chau.

A ideia de negócio vencedora é a ‘startup’ Sswap uma inovadora plataforma de busca para estudantes que queiram trocar ou cancelar o contrato de arrendamento em alojamentos de universidades. Em declarações ao Valor, o angolano conta que a ideia de criar a plataforma nasceu após ele e um colega tentarem, mas, sem sucesso, mudar de alojamento em que se encontravam. “Fizemos pesquisas por várias universidades do Reino Unido e descobrimos que é um problema comum. Como todo o problema é uma oportunidade de negócio surgiu o Sswap”, explica.

Ao sangrar-se vencedora, a Sswap arrecadou o prémio de mil libras, equivalente a mais de 400 mil kwanzas, para investir no desenvolvimento da ideia de negócio. “O mais importante será a oportunidade de mentoria que teremos de homens de negócio, advogados e CEO com experiência para que nos ajudem a iniciar comercialmente a nossa ‘startup’”, conta.

Ezequiel Aníbal, de 26 anos, natural de Luanda, é estudante de mestrado em Empreendedorismo e Liderança, na Henley Business School. Vive em Inglaterra há nove meses, após ter concorrido em Junho do ano passado para uma bolsa da Chevening Scholarship, oferecido pela Embaixada do Reino Unido, em Angola, que teve a participação de mais de 65 mil estudantes e apenas 1.600 foram seleccionados.

Nesta edição, a IdeaFEST teve a inscrição de 31 ‘startups’, tornando-se a mais popular que a competição já teve. Além dos prémios em dinheiro, os três primeiros receberão orientações do Centro Henley para Empreendedorismo, da BDB Pitmans e da Renal Services Ltd.

Realizado desde 2014, o concurso tem como objectivo encontrar equipas de estudantes com melhor ideia de negócios. Os alunos que entram no ideaFEST têm a oportunidade de apresentar ideias de negócios e obter apoio que pode levar à sua comercialização.

A final realizada, a 24 de Abril, teve a participação de seis equipas e foram premiadas três categorias: Melhor Ideia de Negócio, Melhor Ideia de Negócio Inovador e Melhor Ideia de Negócio para a China de estudantes de MBA.

O IdeaFEST tem o patrocínio da BDB Pitmans, um escritório de advocacia com mais de 300 anos de experiência jurídica e ainda da Renal Services.

PETRÓLEO. Especialista considera optimista a previsão do Governo. Agência Internacional de Energia também perspectiva níveis inferiores.

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O Governo perspectiva uma redução de cerca de 9% da produção petrolífera até 2022, passando de mais de 1,637 milhões para 1,490 milhões de barris/dia. Os dados constam do Plano de Desenvolvimento Nacional 2018-2022 apresentado na passada semana.

O especialista em questões energéticas José Oliveira considera “optimistas” estas previsões. “Com as perdas de produção dos campos antigos que atingem mais de 100 mil barris/dia, para que se chegue a 2022 com uma produção idêntica à actual, é preciso que entrem novas produções de 400 mil barris/dia, sublinha, acrescentando ser necessária a “aprovação de dois ou três grandes projectos de produção de petróleo até ao fim do ano, o que ainda não está garantido”.

Angola vem registando quedas na produção desde Maio de 2017. Em Março, por exemplo, foi o membro da OPEP que registou a maior redução, caindo abaixo da média diária de 1,6 milhões para 1,524 milhões de barris/dia, uma tendência que se manteve até ao mês passado, em que a produção média diária foi 1,525 milhões.

José Oliveira entende ser necessário um “volume apreciável” de novas descobertas para que se inverta a tendência. “Temos de incentivar a pesquisa agora que os preços do barril já são atractivos”, defende, elogiando o Governo por “cumprir com a sua função, que é a de criar condições económico-financeiras atractivas ao investimento na pesquisa e produção”. “A bola agora está do lado das companhias que são quem tem essa função de descobrir e produzir petróleo e gás”.

José Oliveira considera que a redução “não é preocupante” para a aposta do Governo na refinação, visto que “o volume de petróleo que se vai no futuro refinar em Angola, mesmo que se construa a refinaria do Lobito, vai corresponder a pouco mais de 15% da produção”.

Num passado recente, as perspetivas do Governo apontavam para uma produção de dois milhões de barris/dia. Mas essa cifra nunca foi alcançada. Os níveis mais próximos fixaram-se acima dos 1,8 milhões barris/dia.

O acordo feito em 2016 entre os países produtores de petróleo, para reduzir a produção e fazer aumentar o preço do barril, obrigou Angola a cortar 78 mil barris/dia, com efeitos a partir 1 de Janeiro de 2017, para um limite de 1,673 milhões de barris diários. Mas, por questões técnicas, a produção está abaixo nos níveis fixados.

No mês passado, durante o conselho consultivo, o ministro dos Recursos Minerais e Petróleo, Diamantino Azevedo, afirmou que, até ao final da legislatura, a preocupação é assegurar que a produção não baixe a menos de 1,5 milhões de barris/dia devido aos compromissos com a OPEP. E que o declínio na produção se deveu à falta de investimentos na prospecção, pesquisa e exploração.

Defendendo a necessidade de mais investigação e estudos para se obter reservas possíveis de serem exploradas, que “exige tempo e investimentos”, José Oliveira concorda com o ministro e afirma que Angola, todos os anos, “tem de investir para descobrir petróleo e fazer que entrem novos campos de produção para compensar os antigos cujas reservas e produção vão diminuindo”. “A baixa de preços não era rentável, até há pouco tempo, nem pesquisar nem desenvolver campos descobertos pelo que as companhias não investiram. A complicar um pouco a nossa situação também se deve referir o facto da pesquisa nos blocos do Pré-Sal de a Bacia do Kwanza ter dado origem mais a descobertas de gás que de petróleo”.

Em Março, as previsões da Agência Internacional de Energia (AIE) apontavam que Angola iria produzir 1,65 milhões de barris/ dia este ano (o mesmo que no ano passado) e depois começará a cair para 1,60 milhões em 2019, descendo ainda mais para 1,56 em 2020 e 2021. Na perspectiva da agência, em 2022, a produção será de 1,39 milhões de barris/dia, dando razão aos que, como José Oliveira, encaram como “optimistas” as previsões do Governo.