E agora pergunto eu...
Seja bem-vindo querido leitor a este seu espaço onde perguntar não ofende, depois de uma semana de Dia Mundial da Criança, numa semana em que talvez em homenagem às suas crianças interiores o homem mais poderoso do mundo ou pelo menos chefe de Estado da nação mais poderosa do mundo e o homem mais rico do mundo, discutem insultam-se e ameaçam-se em público, como se crianças fossem... Trump diz que despediu Musk, Musk diz que não suportava fazer parte do orçamento absurdo que Trump apresentou e que iria desfazer os cortes orçamentais que o departamento que liderava conseguiu fazer, Trump por sua vez disse que lhe ia cortar os contratos e que ninguém estava interessado nos carros que Musk andava a impingir a todos e Musk publicou um tweet dizendo que iria desfazer os contratos da Space X com a Nasa, tipo “prontos já ninguém vai a marte” e não satisfeito escreveu que Trump está nos ficheiros do alegado pedófilo que morreu na prisão e que esse é o motivo para não terem sido tornados públicos os ficheiros Epstein...

Um pesadelo e a nação mais poderosa do mundo na mão de crianças. Tudo num dia mundial da criança, num ano de 2025 em que, segundo a UNICEF, se contam mais de 50 mil crianças em Gaza mortas ou feridas por ataques militares israelitas. Bem sei, já se torna cansativo ouvir falar nessa tragédia - porque nos parece distante - mas é uma tragédia a que os líderes mundiais fecham os olhos, não conseguem dar resposta porque estão amarrados a convenções e acordos políticos. Mas se nos cansarmos todos, querido leitor, se a indignação passar, como dizia Lula da Silva, o que é que será de nós? Pessoas habituadas à matança de crianças? Lula fez umas declarações a propósito do que se vive em Gaza - onde pelo menos 93% das crianças estão a passar fome - lavado em lágrimas, frustrado com a incapacidade de o mundo, tal como aconteceu com o Holocausto, pôr um travão num genocídio que acontece a olhos vistos. A reação genérica é de evitar o tema como tentou fazer de modo bastante desengonçado esta semana, o “Ti Celito, chefe de Estado português, que acabou por protagonizar um momento insólito, em que apertava o pescoço a uma activista pelos direitos das crianças em Gaza que se queixava do silêncio do presidente sobre o tema, e apelava à manifestação contra a matança. O silêncio de quem tem sempre uma palavra para comentar tudo pode tornar-se ensurdecedor. Como a crise em Gaza, em que as crianças vêm as famílias morrer à sua volta quando sobrevivem, está também dramática a fome de crianças nos campos de refugiados da guerra do Sudão, que se estimam em mais de 800 mil vítimas da violência, da fome, do colapso de serviços básicos sem água comida ou medicamentos, em fuga permanente e sem ajuda humanitária que dê resposta à altura.
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Viva aos prémios que celebram o que não temos e honram o...