E agora pergunto eu...
Seja bem-vindo querido leitor a este seu espaço onde - em país de crime de ultraje vale sempre lembrar - perguntar não ofende, depois de uma semana em que o chefe falou, ‘concedeu uma entrevista’, em que as pérolas que soltou tomaram conta da actualidade, isto depois de em comício e, recém aterrado no tapete vermelho estendido no meio da poeira, afirmar com a deselegância que lhe é característica, que “mandou passear a meia dúzia de opositores” referindo-se à questão do aumento de províncias e com isso ter deixado a nu mais uma vez o seu âmago, o seu modo de estar e de governar.

Esse aumento de províncias, um gesto sem a tal lógica que não obriga a estudos universitários de que falou na entrevista, porque é uma medida que aumenta substancialmente a despesa em contexto de crise, estamos a falar de pelo menos o dobro do orçamento provincial com a passagem de 164 para 326 municípios, segundo estimativas, somente para dar alguma vantagem matemática ao partido que governa e retirar representatividade às regiões como a capital onde o seu partido é mais impopular e em que as estratégias de fraude teimam em falhar – razão pela qual podemos esperar sentados pelas autarquias prometidas no primeiro mandato.
Voltando à entrevista, pergunto-me se estaria o chefe a ser na verdade tão inteligente, que com o acto de se enodoar mais uma vez publicamente através das vulgaridades que foi proferindo, estivesse tão somente seguir os ditames do filósofo alemão Arthur Schopenhauer, que preconizava a ‘importância de fingir-se de burro’, para, por exemplo, desviar atenções dos mil milhões esbanjados em viagens em representação de um país com índices de pobreza extrema tão elevados.
Um comentário que li nessa comunidade à distância dos dedos que são as redes sociais (e que não admira que esteja na lista negra do poder porque o põe em causa, dizia ““Síndrome de Húbris”, pesquisem”. E porque adoro mitologia grega, pela componente da moral da história que carrega, e porque me era familiar o termo mas não me lembrava a que dizia respeito, fui espreitar o Wikipédia que diz o seguinte: “Síndrome de Húbris, também conhecida por síndrome da presunção, corresponde a um padrão de comportamento provocado pela exposição a um cargo de poder que se reflete pelo transtorno de personalidade de homens impulsivos e imprudentes devido aos seus arroubos autoritários e desequilíbrio emocional”; fala em “arrogância exagerada”; em “propensão narcisística para ver o mundo como arena para exercer poder e procurar glória”; menciona uma “forma messiânica de falar”, “tendência para a exaltação” - algo como “eu não reúno, concedo audiência” – tendência para uso do plural majestático “nós não demos bênção”; - fala em “incompetência húbristica”... Não podia ser mais na ‘mouche’...
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