Justiça militar abre investigação
A justiça militar do Mali abriu hoje uma investigação após “a descoberta de uma vala comum em Gossi” (centro), onde Paris acusa mercenários russos de terem enterrado corpos perto de uma ex-base militar francesa. A investigação foi aberta pelo promotor público do tribunal militar de Bamaco “por instruções do Ministério da Defesa”, segundo um comunicado da Procuradoria.
Segundo a nota, um procurador deslocou-se a Gossi em 23 de Abril, acompanhado por vários investigadores “para esclarecer os factos” e “a opinião pública será regularmente informada do andamento da investigação, cujos resultados serão tornados públicos”.
A 21 de Abril, dois dias depois de entregar a base de Gossi às Forças Armadas do Mali o exército francês comprometeu-se a combater o que descreveu como um “ataque informativo” e publicou um vídeo em que surgem o que Paris alega serem mercenários russos a enterrarem corpos perto da base.
As imagens, registadas por um aparelho aéreo não tripulado (‘drone’), mostram soldados a cobrirem corpos com areia e noutra sequência das imagens aparecem dois desses soldados a filmarem os corpos semienterrados.
O Estado-Maior francês garante que são soldados caucasianos e sugere que se trata de membros da empresa militar privada russa Wagner, que identificou em vídeos e fotos tiradas noutros locais.
No dia seguinte à publicação das imagens, o Estado-Maior do Mali anunciou que havia descoberto “uma vala comum, não muito longe do campo anteriormente ocupado pela força francesa Barkhane”, designação da operação francesa contra extremistas islâmicos no Sahel.
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