COMPROMISSO MANTIDO DURANTE A COP24 SOBRE CLIMA NA POLÓNIA

Organizações vão reduzir a zero emissões de gases poluentes

AQUECIMENTO GLOBAL. Com este compromisso, entidades unem-se à estratégia adoptada em 2007 pela ONU. Angola, que também esteve na COP24 na Polónia, apresentou projectos e programas ligados à mitigação dos efeitos das alterações climáticas, sobretudo no Sul.

 

Organizações vão reduzir a zero emissões de gases poluentes

Pelo menos, 15 organizações internacionais, da OCDE ao Conselho Mundial de Viagens e Turismo (WTTC), comprometeram-se, na passada semana, a reduzir a zero as suas emissões líquidas de gases poluentes, que, actualmente, representam mais de dois milhões de toneladas de CO2 por ano.

Os projectos e programas em curso em Angola, ligados à mitigação dos efeitos das alterações climáticas, sobretudo na região sul, foram igualmente apresentados na 24.ª Conferência das Partes da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas em Katowice, Polónia.

Em Angola, os efeitos das alterações climáticas afectam com mais incidência a região sul, onde se registam secas por períodos muito prolongados, causando a morte do gado e de outros danos na agricultura.

A delegação multissectorial angolana ao evento, que decorreu de 2 a 14 deste mês, foi chefiada pelo secretario de Estado do Ambiente, Joaquim Manuel, que avançou a necessidade de serem implementadas as regras do Acordo de Paris sobre o clima adoptado em 2015.

As 15 instituições internacionais assumiram o compromisso na conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre alterações climáticas (COP24), em Katowice, na Polónia, onde representantes de 197 países tentam chegar a acordo sobre pormenores do Acordo de Paris para combater o aquecimento global.

“As organizações vão medir as emissões de gases de efeito de estufa, reduzi-las ao máximo e compensar as que são indispensáveis com créditos de carbono” e o objectivo, além de reduzir o impacto ambiental, é “dar um importante exemplo que possa inspirar todos os sectores da sociedade”, referem as organizações num comunicado citado pela agência Efe.

Além da OCDE e da WTTC, a iniciativa inclui o Banco Europeu de Investimento, Banco de Desenvolvimento da África Oriental, Banco de Desenvolvimento da África Ocidental, Banco Asiático de Desenvolvimento, Banco Europeu de Reconstrução e Desenvolvimento e Banco Interamericano de Desenvolvimento.

Também se comprometeram a Organização Latino-americana da Energia, o Secretariado de Mercados Comuns da África Oriental e Austral, o Comité Paralímpico Internacional, o Secretariado da Comunidade Sul-africana para o Desenvolvimento e a Comunidade Pacífica-Governos Locais para a Sustentabilidade.

Com este compromisso, estas entidades unem-se à estratégia adoptada em 2007 pela ONU e todas as suas agências, que pretendem reduzir a zero as suas emissões líquidas até 2020.

Também em Katowice, uma coligação de países industrializados e em vias de desenvolvimento exigiu, na conferência COP24, que se aumente a ambição do texto final que está a ser negociado, ao considerar o actual insuficiente.

A denominada Coligação de Elevada Ambição reivindicou, numa conferência de imprensa conjunta dos seus ministros, o papel da ciência no debate sobre o aquecimento global, assumindo uma posição numa das maiores controvérsias deste encontro multilateral.

O ministro do Meio Ambiente das Ilhas Marshall (na Oceânia), David Paul, exigiu uma “decisão clara” como resultado desta COP24, que estabeleça os “novos passos” que os países têm de dar na luta contra as alterações climáticas.

Esta cimeira, referiu, deve dar origem a um “livro de regras sólido”, que permita a implementação do Acordo de Paris, que estabeleceu que os países limitariam a subida das temperaturas abaixo de dois graus centígrados em relação aos níveis pré-industriais.

O comissário europeu da Acção Climática e Energia, Miguel Arias-Cañete, assegurou que a União Europeia continuará a pressionar para que haja mais ambição no texto que está a ser negociado em Katowice.

A Coligação de Elevada Ambição é formada por: Argentina, Canadá, Costa Rica, Dinamarca, Etiópia, União Europeia Fiji, Finlândia, França, Alemanha, Granada, Itália, Jamaica, Luxemburgo, Macedónia, Ilhas Marshall, México, Mónaco, Holanda, Nova Zelândia, Noruega, Portugal, Santa Lúcia, Espanha, Suécia e Reino Unido.